Qual a diferença entre medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico?

O medicamento fitoterápico é fabricado à base de vegetais ou plantas medicinais, que têm o poder de aplicar alguma ação terapêutica. Pode ser utilizado para tratar enfermidades, como glaucoma e diabetes, além de questões relacionadas à ansiedade e depressão. Esse medicamento não deve ser consumido sem orientação médica, pois pode trazer diversas reações adversas para o paciente. 

Neste artigo, desenvolvemos um guia completo sobre o tema, para que você recorra a essa solução com segurança. Para isso, cobrimos os seguintes tópicos abaixo! 

  • O que é medicamento fitoterápico? 
  • Quais são as diferenças entre Medicamento Fitoterápico (MF) e Produto Tradicional Fitoterápico (PTF)? 
  • Para que serve o medicamento fitoterápico? 
  • Quais são os tipos de fitoterápicos disponíveis no Brasil? 
  • O que não é considerado um medicamento fitoterápico?
  • Quando usar o medicamento fitoterápico? 
  • Como verificar se o medicamento fitoterápico está regularizado? 
  • Como usar medicamento fitoterápico? 

Leia mais em: O que é intoxicação medicamentosa e como identificar?

1- O que é remédio fitoterápico? 

Trata-se de medicamentos produzidos com plantas medicinais. Eles são comercializados ou distribuídos em formas farmacêuticas, como cápsulas, comprimidos, pomadas ou xaropes. Essas composições são formadas pela planta ou seu extrato, que são utilizadas para várias funções.

Os fitoterápicos podem ser produzidos pela planta seca, que é denominada como droga vegetal, ou por produtos provenientes dela, conhecidos como derivados vegetais, como mostra a figura abaixo. 

Reprodução/Anvisa 

O extrato está relacionado às substâncias provenientes da planta por meio de líquidos autorizados, como água e álcool, o qual pode ser seco ou ainda manter parte desses líquidos, como na tintura. 

Os fitoterápicos podem ser simples (quando são feitos de uma única planta) ou compostos (quando a produção utiliza mais de uma planta). 

De acordo com a Anvisa, para ser considerado fitoterápico, o medicamento não pode conter os seguintes ativos abaixo.

  • Uma substância que foi isolada ou purificada da planta;
  • Uma substância não natural, obtida por síntese em laboratório químico;
  • Partes ou substâncias obtidas de animais (conhecidos como opoterápicos);
  • Vitaminas;
  • Minerais;
  • Proteínas;
  • Aminoácidos. 

A fabricação de um medicamento fitoterápico não pode ser feita de qualquer forma. Os profissionais responsáveis pelo fármaco avaliam a qualidade, segurança e eficácia, para que, quando forem utilizados, os efeitos desejados sejam mantidos.

Para evitar problemas, a composição deve conter a planta correta, na dose certa, e que não tenha contaminantes, como areia, microrganismos, metais pesados, agrotóxicos e outros,oriundos do processo de coleta ou colheita, ou mesmo do processamento da planta medicinal.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) possui uma lista de produtos para fabricação e consumo no Brasil. 

2- Quais são as diferenças entre Medicamento Fitoterápico (MF) e Produto Tradicional Fitoterápico (PTF)? 

O principal diferencial entre as duas está na embalagem. Afinal, toda embalagem do fitoterápico deve constar, de forma destacada, a categoria à qual aquele determinado produto pertence. 

Os medicamentos fitoterápicos englobam não só as opções fitoterápicas, mas também os produtos tradicionais fitoterápicos. 

Enquanto o processo de autorização do MF ocorre no mesmo formato que qualquer outro medicamento*, os PTF precisam apresentar dados em que as composições foram utilizadas pela sociedade (no mínimo 30 anos) e que, durante esse período, eles foram seguros e efetivos para a indicação estipulada. 

Os MF contém também bulas no interior da embalagem. Nelas, há informações para que o indivíduo utilize o medicamento de forma correta. Dentre os dados mais comuns, encontram-se: indicações, modo de uso,  modo de conversação, contra indicações, possíveis reações adversas e efeitos colaterais.

Já os PTF, oferecem um folheto informativo. Trata-se de um tipo de bula resumida, onde também contém todas as orientações necessárias para que o paciente utilize o produto corretamente. 

É importante destacar que um fitoterápico pode não ter a presença de bula ou folheto informativo. Para esses casos, as orientações sobre o seu uso devem estar presentes na embalagem do material. 

* por meio da apresentação de estudos que garantem a segurança e o efeitos previstos em seres humanos (denominados como ensaios clínicos) e em animais (denominados como ensaios não clínicos)

3- Para que serve o medicamento fitoterápico? 

O medicamento natural pode ser utilizado para várias finalidades. O estudo “Fitoterápicos para o Controle do Diabetes e suas Complicações Secundárias” mostra o uso dos remédios fitoterápicos para o controle do diabetes e suas complicações secundárias.

A análise identificou que essa composição contém baixo nível de efeitos colaterais atribuídos a esses medicamentos, o que atraiu diversos pesquisadores para o desenvolvimento de novas moléculas para o tratamento do diabetes.

Já outro levantamento, destacou que a medicina natural trouxe efeitos positivos para o tratamento de doenças, como o glaucoma. Este estudo identificou também resultados satisfatórios em pacientes que têm pedras nos rins. A composição também é uma ótima opção para ansiedade, conforme aponta essa análise completa

Portanto, o medicamento oferece diversos benefícios para a saúde de um indivíduo. No entanto, é importante consultar um médico para que ele apresente as opções mais adequadas para o seu problema. 

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4- Quais são os tipos de fitoterápicos disponíveis no Brasil? 

O Brasil contém opções manipuladas e industrializadas. Os médicos podem prescrever esse tipo de medicamento na Memed. 

Confira abaixo mais informações sobre cada um. 

Fitoterápicos manipulados

Fitoterápicos manipulados são medicações produzidas em farmácias de manipulação que possuem autorização da vigilância sanitária para funcionamento. Foram avaliadas de acordo com o cumprimento das boas práticas de manipulação.

Na farmácia de manipulação, o remédio pode ser desenvolvido de forma personalizada conforme a prescrição. 

Os medicamentos manipulados não contém bula e devem ser utilizados de acordo com a prescrição e as informações coletadas na embalagem, como prazo de validade ou orientação de conservação. 

A composição também pode ser preparada a partir das formulações que estão disponíveis no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, neste caso, são denominadas como fitoterápicos oficinais e só podem ser prescritas por profissionais de saúde habilitados. 

Além disso, existe um modelo de farmácia com foco em manipulação de

fitoterápicos, conhecido como Farmácias Vivas. Nesses estabelecimentos públicos de saúde, os produtos são cultivados, coletados, processados, armazenados, manipulados e dispensam plantas medicinais e fitoterápicos. 

Fitoterápicos industrializados

As medicações são fabricadas por indústrias farmacêuticas. Elas também devem seguir as boas práticas de produção de medicamentos, que são um grupo de orientações estabelecidas para que a qualidade do produto seja mantida. 

Os fitoterápicos industrializados não podem ser comercializados em farmácias e drogarias logo após a fabricação. Eles precisam de autorização da Anvisa para circular no mercado. 

As soluções industrializadas são distribuídas em duas categorias: Medicamento Fitoterápico (MF) e Produto Tradicional Fitoterápico (PTF).

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5- O que não é considerado um medicamento fitoterápico?

Existem diversos tipos de produtos que são confundidos com medicamentos fitoterápicos. A Anvisa desenvolveu uma lista com as composições que não fazem parte desse grupo. Veja abaixo!

  • Essências florais;
  • Essências aromatizantes de ambiente;
  • Chá alimentício pronto para consumo;
  • Suplementos alimentares;
  • Fitofármacos;
  • Própolis;
  • Produtos da medicina tradicional chinesa;
  • Medicamentos dinamizados (homeopáticos, antihomotóxicos e antroposóficos);
  • Cosméticos;
  • Produtos para saúde;
  • Medicamentos contendo plantas medicinais associadas a outras substâncias.

6- Quando usar o medicamento fitoterápico? 

É fundamental deixar claro que o uso de qualquer fitoterápico deve ser indicado por profissional que entenda sobre fitoterapia e que tenha habilitação para preescrê-lo.

A autorização é concedida pelo Conselho de cada profissão, como o Conselho Federal de Medicina ou de Farmácia. Ao contrário do que grande parte das pessoas imagina, a responsabilidade não é da Anvisa.

O fitoterápico recomendado para enfermidades de alta gravidade ou que necessitam de monitoramento médico só podem ser prescritos por esses profissionais. Isso porque, quando são industrializados, alguns deles contêm uma rotulagem vermelha com a orientação de que só podem ser prescritos por médicos. 

Existem ainda outros fitoterápicos que estão isentos de prescrição e que podem ser recomendados por outros profissionais, como os farmacêuticos ou nutricionistas habilitados para tal função.

O farmacêutico, Nilton Luz, chefe do Núcleo de Farmácia Viva da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal (SES-DF), explica os riscos de tomar o medicamento sem prescrição médica.

“Algumas pessoas utilizam fitoterápico sem prescrição, sem recomendação de um profissional da saúde ou acompanhamento por tempo indeterminado. Justamente porque julgam ser um produto de origem natural, acreditam que não causa malefícios. Existem interações medicamentosas que prejudicam o tratamento do paciente caso ele esteja utilizando outro medicamento conjuntamente, por exemplo, um medicamento sintético, causando inclusive alterações significativas na qualidade de vida do paciente”, destaca. 

O uso inadequado do medicamento pode causar diversas reações no paciente, inclusive levar um indivíduo a óbito, conforme aponta a Anvisa.

  • Intoxicações;
  • Enjoos;
  • Irritações;
  • Edemas (inchaços).

7- Como verificar se o medicamento fitoterápico está regularizado? 

Um medicamento fitoterápico sempre terá um número de registro em sua

embalagem. Essa identificação inicia com o algarismo 1, que indica que o produto foi registrado na Anvisa. No total, a numeração contém 13 dígitos, que ficaria da seguinte forma 

Reg. MS: 1.XXXX.XXXX-XXXX

Se você observar na embalagem de algum produto que o número de registro inicia com os algarismos 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou 8, isso significa que a composição pode ter registro na instituição, mas pertence a outras classes, como cosméticos ou alimentos. Diante desse cenário, não é considerado um medicamento. Portanto, não pode ter indicações terapêuticas, conforme apresenta a legislação brasileira

Os remédios notificados não contém em sua embalagem um número de registro. Na verdade,é impressa uma frase que mostra que ele foi notificado, conforme o exemplo abaixo.  

“PRODUTO NOTIFICADO NA ANVISA nos termos da RDC nº xx/xxxx”

*Os símbolos xx/xxxx devem ser substituídos nas embalagens dos produtos pela Resolução da Anvisa vigente sobre a notificação de fitoterápicos que, atualmente, é a RDC nº 26/2014.

Reprodução/Anvisa 

Reprodução/Anvisa 

Um produto que tem as informações no formato correto na embalagem não é indicativo que está pronto para uso. Afinal, ele pode ter sido falsificado e sem regularização. Dessa forma, é essencial verificar no site da Anvisa a regularidade dessa composição. 

Na página, é possível fazer diversos tipos de filtros, de acordo com os critérios abaixo. 

  • Nome do produto;
  • Número do registro (apenas os 9 primeiros dígitos);
  • Princípio ativo (no caso de fitoterápicos, é necessário buscar pelo nome botânico da planta, o qual estará impresso na embalagem do produto) e número do CNPJ da empresa responsável.

Você também pode identificar produtos irregulares (sem registro ou notificação na Anvisa) de outras formas. Confira, na íntegra, as orientações da instituição. 

  • Produtos contendo muitas plantas medicinais como substâncias ativas (a fabricação e o controle de fitoterápicos são complexos, assim, não há atualmente produtos regularizados contendo grande quantidade de plantas medicinais);
  • Produtos indicados para muitas doenças diferentes ou que indiquem agir em várias partes diferentes do corpo (como é necessária a comprovação para todas as indicações, normalmente não há dados confirmatórios para muitas indicações diferentes para o mesmo produto);
  • Produtos que não contenham o nome botânico, ou do farmacêutico responsável na embalagem;
  • Produtos que não contenham nome, endereço e telefone do serviço de atendimento da empresa responsável;
  • Produtos com embalagens com muitas cores ou imagens, pois apenas é permitido em medicamentos o uso de imagens que sejam referentes à parte específica da planta medicinal utilizada ou de figuras anatômicas que tenham como função orientar o profissional de saúde ou o paciente sobre a correta utilização do produto; 
  • Uso de palavras ou expressões que não são comuns ou são proibidas em medicamentos, como: “Medicamento isento de registro”; “Suplemento Nutricional”; “Produto da Farmacopeia Brasileira”; “O uso é certeza de boa saúde”; “Composição concentrada”, entre outros. 

8- Como usar medicamento fitoterápico? 

A Anvisa orienta consumir produtos somente de farmácias e drogarias autorizadas pelo órgão de vigilância sanitária local. Para evitar problemas, é importante acompanhar as recomendações da bula, folheto e rotulagem. 

Você deve obedecer ainda os cuidados de armazenamento, observar a data de validade (nunca usar produtos vencidos) e ter atenção ao associar medicamentos, uma vez que isso pode modificar os efeitos e a toxicidade. 

A Anvisa desenvolveu uma cartilha completa com todas informações sobre os medicamentos fitoterápicos. 

Agora que você já conhece as principais informações sobre o medicamento fitoterápico, que tal agendar uma consulta médica para descobrir se ele é adequado para as suas necessidades? 

Neste momento, vale a pena dar preferência para profissionais de saúde que utilizam a tecnologia no dia a dia. Isso é muito importante porque você garante mais economia e praticidade na rotina.  

Com a Memed, por exemplo, o médico envia a sua prescrição digital por SMS e, além de ser mais segura e precisa para a apresentação ao farmacêutico, você também economiza comprando os medicamentos fitoterápicos diretamente em seu celular. Visite o site e conheça todos os benefícios. 

O que é fitoterápico tradicional?

Produto tradicional fitoterápico (PTF): aquele obtido com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança seja baseada por meio da tradicionalidade de uso e que seja caracterizado pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade (RDC nº 13/2013);

Qual a diferença entre fitoterápicos e produtos naturais?

Portanto, fitoterápicos são substâncias derivadas de plantas reconhecidas por sua eficácia e usadas há milhares de anos no tratamento de determinadas patologias. Remédios naturais são quaisquer substâncias retiradas na sua forma bruta da natureza, praticamente sem purificação alguma e utilizadas como medicamentos.

O que é um produto fitoterápico?

Fitoterápicos são produtos obtidos de plantas medicinais ou de seus derivados - exceto substâncias isoladas -, utilizados com finalidade profilática, curativa ou paliativa.

Qual a diferença dos remédios fitoterápicos?

Confira: Os remédios fitoterápicos são produtos exclusivamente derivados de droga vegetal, com ação cientificamente comprovada. Já os remédios naturais, em geral, são plantas de uso baseado em crenças populares, mas nunca cientificamente testados e aprovados por órgãos de saúde.

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