Quais são os fatores que interferem na quantidade de microrganismos no solo?

O solo corresponde à porção superficial da Terra onde é realizada a maior parte das atividades humanas. Trata-se de uma parte integrada da paisagem, responsável pela sustentação da vida vegetal e da manutenção dos recursos naturais relacionados. Acima de tudo, o solo é também um importante recurso natural.

O processo de formação dos solos é chamado de pedogênese e ocorre principalmente em razão da ação do intemperismo, responsável pelo desgaste de uma rocha original (rocha mãe) e sua gradativa transformação em sedimentos, que dão origem ao material que compõe os solos.

Nesse sentido, é importante e necessário observar que a característica dos solos, o seu tempo de constituição, a sua profundidade e sua estrutura estarão relacionados com os elementos atuantes nesse processo, chamados de fatores de formação dos solos, a saber: o material de origem, o relevo, os organismos vivos, o clima e o tempo.

a) Material de origem

O material de origem corresponde à formação rochosa original que foi intemperizada para dar origem aos solos, dando a ele suas principais características. Por mais que existam solos cuja composição advém do depósito sedimentar oriundo de diferentes áreas, é a rocha mãe que determina suas principais características.

Assim, materiais rochosos compostos por arenitos, por exemplo, darão origem a solos arenosos; já material composto por granito dará origem a outros tipos de solos. Um exemplo muito conhecido no Brasil é a formação da chamada “terra roxa”, oriunda de rochas vulcânicas – como o basalto – que são ricas em enxofre e que, por isso, deram origem a um solo muito fértil.

b) Relevo

O relevo – isto é, as formas externas da crosta terrestre – também é decisivo no processo de formação dos solos, pois ele exerce direta influência na forma de atuação dos agentes responsáveis pelo intemperismo, como a água e os ventos.

Em áreas de relevo mais inclinado, a infiltração da água é menor, o que provoca uma menor ação do intemperismo sobre a rocha mãe e também uma remoção maior dos sedimentos na superfície, formando solos mais rasos. Já em áreas mais baixas, o acúmulo de água é maior, provocando uma maior ação intempérica e, por outro lado, dificultando a drenagem, o que ocasiona a redução do ferro e solos mais orgânicos. Além disso, o grau de inclinação do relevo torna-o menos ou mais exposto à iluminação solar, o que também afeta a sua composição e textura.

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c) Organismos vivos

Os organismos vivos atuam de forma contínua sobre o solo, tanto na sua formação quanto na sua transformação, conservando-o, degradando-o ou alterando sua composição físico-química. Nessa categoria, podemos incluir desde os micro-organismos até os seres humanos.

Os micro-organismos, como as bactérias, algas e fungos, atuam na ação do intemperismo biológico, fazendo-se presentes na decomposição das rochas e também na alteração dos compostos vegetais ou mineralógicos dos solos, tornando-os mais férteis ou mais pobres. As plantas atuam na contenção do transporte de sedimentos e os animais também exercem influência e impactos. No caso dos seres humanos, os impactos são rápidos e, muitas vezes, profundamente sentidos, como nas ocorrências de erosões, desertificações e outros processos.

d) Clima

A maior parte dos agentes intempéricos está relacionada com processos meteorológicos e climatológicos, a exemplo da água das chuvas, dos ventos e da temperatura. Assim, o tipo climático e suas variações ao longo do tempo são determinantes para a formação dos solos e também para a velocidade do desgaste do material original.

Regiões de clima mais quente tendem a apresentar processos mais acelerados de formação dos solos, pois o calor acelera as relações químicas. A intensidade e frequência das chuvas, a pressão atmosférica, o índice anual de insolação e a força dos ventos também são fatores importantes nesse contexto.

e) Tempo

O período de tempo também precisa ser considerado no processo de formação dos solos. Áreas formadas em épocas geológicas mais recentes estiveram por menos tempo expostas aos agentes intempéricos e, por isso, apresentam solos jovens e mais rasos, geralmente com menor quantidade de material orgânico. Já as áreas geologicamente mais antigas podem apresentar solos mais profundos (a depender dos fatores anteriormente citados) e, em muitos casos, mais “lavados” e alterados quimicamente.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

A biologia do solo, caracterizada pelo conjunto de organismos que habitam o solo, são vitais para a manutenção das comunidades animais e vegetais.

Qual a importância da biologia do solo?

Os organismos que vivem no solo criam um ambiente favorável a uma maior biodiversidade e sobrevivência de todo o ecossistema, realizando principalmente as seguintes funções:

  • Decomposição da matéria orgânica;
  • Ciclagem de nutrientes e energia;
  • Fixação de nitrogênio atmosférico no solo;
  • Produção de compostos que agregam o solo;
  • Controle biológico de pragas e doenças.
A biologia do solo é um fator determinante para a manutenção e sobrevivência da comunidade vegetal e animal.

Características da biologia do solo

A biota do solo pode ser dividida nas seguintes comunidades de organismos:

  • Microorganismos: São bactérias, fungos e algas. Eficientes nos estágios iniciais de formação do solo, carbono e nitrogênio;
  • Microfauna: Representada por protozoários, rotíferos e nematóides. Altera a quantidade de nutrientes e regula as populações de bactérias e fungos;
  • Mesofauna: São ácaros e enquitreídeos. Estimulam a atividade microbiana e redistribuem a matéria orgânica;
  • Macrofauna: Representada por minhocas, cupins, formigas, aracnídeos. Atuam na decomposição da matéria orgânica e micro movimentação do solo.

A diversidade dos organismos varia de acordo com as características de cada ambiente, os fungos, bactérias e minhocas geralmente apresentam maior volume de biomassa.

Dependendo da fonte de carbono utilizada (CO₂ ou substâncias orgânicas), da fonte de energia (luminosa ou química) e fonte de elétrons (inorgânica, orgânica ou água), os organismos são classificados em:

  • Autotróficos e heterotróficos: Organismos que assimilam carbono de fontes inorgânicas ou orgânicas;
  • Fototróficos e quimiotróficos: Organismos que obtém energia da luz solar ou, da oxidação de moléculas orgânicas ou inorgânicas;
  • Litotróficos e organotróficos: Organismos que derivam equivalentes de materiais inorgânicos ou orgânicos.
As minhocas fazem parte da biologia do solo, importantes na decomposição e movimentação da matéria orgânica.

Os organismos presentes na biologia do solo, podem ser classificados também de acordo com suas funções no ambiente e alimentação, destacando-se os seguintes:

  • Microbióvoros: Que se alimentam de micróbios, tendo como exemplo amebas, ácaros e nematóides;
  • Fungívoros: Se alimentam de fungos, tendo como exemplos ácaros e nematóides;
  • Fitófagos: Que se alimentam de plantas, tendo como exemplos insetos e, com destaque, nematóides que são importantes parasitas vegetais e carnívoros (nematóides, aranhas);
  • Detritívoros: Se alimentam de detritos vegetais em vários estágios de decomposição (vários tipos de organismos macro e microscópicos);
  • Cadaverícolas: Que possuem a alimentação a base de carne podre/animais mortos (larvas de insetos);
  • Coprófagos: Se alimentam de excrementos (bactérias, fungos e pequenos artrópodes);
  • Simbiotróficos: Se nutrem de substâncias oriundas da simbiose com organismos vivos. Importantes organismos simbiotróficos são os rizóbios e os fungos micorrízicos.

Esses organismos influenciam na gênese e manutenção do solo, principalmente nos horizontes superficiais. As raízes das plantas, por exemplo, alteram o pH do solo ao seu redor e, ao morrer e se decompor, deixam canais. Formigas, cupins e minhocas manipulam, ingerem e excretam material de solo formando microagregados e construindo poros. A minhoca inclusive é muito aplicada nas atividades de compostagem, para auxiliar na fase de maturação do composto.

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Características da biologia do solo.

Vale destacar também, que a maior diversidade e complexidade da comunidade biológica do solo, a torna mais estável e resiliente, isto por que, a alta taxa de interação entre os organismos reduz o impacto que o ambiente sofre por fatores externos.

Os principais fatores que afetam os organismos que formam a biologia do solo são:

  • Umidade;
  • Temperatura;
  • Substratos e fontes de energia;
  • pH;
  • Potencial redox;
  • Profundidade e densidade vegetal;
  • Impactos das atividades humanas.

Como melhorar a biologia do solo?

A manutenção da cobertura vegetal auxilia na proteção do solo, mantém a umidade e estimula a biodiversidade. O enriquecimento do solo com nutrientes, o uso de adubos verdes e culturas de cobertura também aumentam a atividade biológica, adicionando matéria orgânica e nitrogênio ao solo.

Maria Beatriz Ayello Leite
Redação Ambientebrasil

Quais são os principais fatores que afetam os microrganismos do solo?

A ocorrência e abundância de microrganismos em um ambiente são determinadas pela disponibilidade de nutrientes, bem como por vários fatores físico"químicos como pH, potencial redox, temperatura, textura e umidade do solo.

Como os microrganismos do solo interferem na quantidade de nutrientes para os vegetais?

Resumidamente, os microrganismos do solo atuam na decomposição da biomassa, circulação de elementos empregados na síntese das estruturas biológicas, disponibilização de nutrientes para as plantas, biodegradação de impurezas e manutenção da estrutura do solo.

Quais os fatores de afetam a distribuição dos organismos no solo?

pH; Potencial redox; Profundidade e densidade vegetal; Impactos das atividades humanas.

Quais são os 4 fatores que influenciam o crescimento microbiano?

Quatro condições físicas principais influenciam o crescimento de um microrganismo: temperatura, pH, atmosfera gasosa e pressão osmótica.

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