Quais os gases que mais contribuem para o aquecimento global e consequentemente par o efeito estufa?

Um estudo do Instituto de Agricultura e Política Comercial (IATP) e da organização ambientalista Grain, divulgado nesta quarta-feira (18/07), inclui a indústria de carne e laticínios entre os maiores responsáveis pelo aquecimento global.

Juntas, as cinco maiores empresas de carne e laticínios do mundo já são responsáveis por mais emissões de gases do efeito estufa do que as empresas petrolíferas isoladas, como Exxon-Mobil, Shell ou BP, segundo o estudo.

"O relatório mostra o papel fundamental que essas empresas desempenham na mudança climática", diz Shefali Sharma, diretora do IATP. Se a indústria da carne não alterar seu curso e continuar a crescer como previsto, sua participação nas emissões globais de gases de efeito estufa aumentará para 27% em 2030 e para quase 80% em 2050, avaliam os autores do estudo.

A brasileira JBS, maior empresa de carnes do mundo, lidera a lista dos maiores produtores de CO₂ do estudo, seguida por três corporações americanas: Tyson Foods, Cargill e Dairy Farmers. A maior empresa de laticínios da Alemanha, a DMK, está na posição 21, e a empresa de carnes Tönnies – também alemã – está em 24º lugar.

Contra o Acordo de Paris

Segundo o estudo, as metas de crescimento da JBS estão em desacordo com o objetivo do Acordo de Paris, de impedir que a temperatura média global suba mais de 2ºC. A gigante brasileira afirmou a seus acionistas que o consumo de carne global aumentará em 30%, de 37 quilos per capita anuais em 1999 para 48 quilos de carne por pessoa em 2030.

Estimativas do Greenpeace apontam que o consumo mundial de carne mundial teria que cair para 22 quilos anuais por pessoa até 2030 e até 16 quilos por pessoa até 2050 para impedir que as temperaturas mundiais subam para níveis perigosos.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) também alerta já há algum tempo para as consequências ambientais negativas do alto consumo de carne e leite.

Sem interesse pelo clima

A IATP e a Grain acusam as principais companhias do ramo de não se interessarem pela proteção climática. A maioria das 35 maiores empresas de carne e laticínios listadas não revela suas emissões de gases de efeito estufa ou o faz apenas de forma parcial.

O estudo argumenta que a emissão de gases nocivos ao clima que ocorre, por exemplo, dentro da cadeia de fornecimento (correspondente por 80 a 90% das emissões totais, segundo o estudo) é frequentemente excluída dos cálculos dessas empresas.

Apenas quatro companhias divulgam estimativas abrangentes de suas emissões: Nestlé (Suíça), Danone (França), Friesland/Campina (Holanda) e NH Foods (Japão), afirma o estudo.

Já a JBS reporta que suas emissões anuais são equivalentes a 8,9 milhões de toneladas de CO2, mas, considerando toda a cadeia de produção, a cifra real seria 30 vezes maior: em torno de 280 milhões de toneladas, afirma o estudo.

As emissões humanas de gases do efeito estufa devem ser drasticamente reduzidas para que seja possível atingir a meta de aquecimento de 1,5ºC, estipulada no Acordo de Paris.

"A produção de carne e laticínios deve ser reduzida significativamente nos países em que os 35 maiores gigantes da carne são particularmente ativos", afirmou Devlin Kuyek, da Grain, se referindo aos países da União Europeia, EUA, Canadá, Brasil, Argentina, Austrália, Nova Zelândia e China.

MD/ots

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O que é efeito estufa?  

O efeito estufa é causado por uma série de gases que retem parte do calor irradiado pela Terra, tornando-o mais quente e possibilitando a ocorrência de vida no planeta. Esses gases são os chamados gases de efeito estufa, compostos principalmente por gás carbônico (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e vapor d’água, entre outros. Sem esse fenômeno natural, o planeta poderia se tornar muito frio, inviabilizando a sobrevivência de diversas espécies.  

Normalmente, parte da radiação solar que chega ao nosso planeta é refletida e retorna diretamente para o espaço e outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre. Há ainda uma parte retida por essa camada de gases, o que causa o chamado efeito estufa.  

O problema é que muitas atividades humanas, principalmente queima de combustíveis fósseis e desmatamento, têm aumentado a concentração desses gases na atmosfera e, como consequência, elevado a temperatura média da Terra, causando mudanças climáticas.

Quais são os principais GEE (Gases de Efeito Estufa)?  

Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N20).  

O CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global, pois representa a maior parte das emissões de GEE e o seu tempo de permanência é de, no mínimo, 100 anos, resultando em impactos no clima ao longo de séculos.  

A quantidade de metano (CH4) emitida para a atmosfera é menor, mas seu potencial de aquecimento é 28 superior ao do CO2.  

A concentração de óxido nitroso (N20) também é pequena, mas o seu potencial de aquecimento é 265 vezes maior do que o CO2.

Quais são os países que mais emitem gases de efeito estufa?  

De acordo com o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), uma iniciativa do Observatório do Clima, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os maiores emissores de GEEs, ficando atrás apenas de China, EUA, Rússia e Índia.  

Em termos históricos, de acordo com estudo de 2021 do Carbon Brief, site do Reino Unido especializado em ciência e política de mudanças climáticas, o maior emissor é os EUA, seguido de China, Rússia, Brasil e Indonésia.

O que é aquecimento global?  

Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da Terra, que ocorre em função do aumento da concentração de gases do efeito estufa em nossa atmosfera.

Quais as principais consequências do aquecimento global?  

As consequências do aquecimento global são várias e algumas delas já podem ser sentidas em diferentes partes do planeta.

Os cientistas já observaram que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, podendo ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas densamente povoadas.  

E há previsão de uma frequência maior de eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, ondas de calor, secas, nevascas, furacões, tornados e tsunamis) com graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais, podendo levar à extinção de espécies de animais e de plantas.

Quais as principais atividades humanas que causam o aquecimento global?  

Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global (e, consequentemente, as mudanças climáticas) estão a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; o desmatamento; e a agropecuária. Essas atividades emitem grande quantidade de gases de efeito estufa.  

No Brasil, o desmatamento tem sido responsável pela maior parte das nossas emissões e faz o país ser um dos líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa.  

Isso porque as áreas de florestas e os ecossistemas naturais são grandes reservatórios e sumidouros de carbono por sua capacidade de absorver e estocar CO2. Mas, quando acontece um incêndio florestal ou uma área é desmatada, esse carbono é liberado para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.  

Além disso, as emissões de GEE por outros setores, como agropecuária e energia, vêm aumentando consideravelmente ao longo dos anos.

E o que podemos fazer para combater o aquecimento global?  

Existem várias maneiras de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e os efeitos no aquecimento global.  

Algumas das possibilidades são: zerar o desmatamento, investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais, incentivar o uso de energias renováveis não convencionais (solar, eólica e biomassa), preferir utilizar biocombustíveis (etanol e biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina e óleo diesel), investir na redução do consumo de energia e na eficiência energética, reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, investir em tecnologias de baixo carbono e melhorar o transporte público com baixa emissão de GEE.  

Essas medidas podem ser estabelecidas através de políticas nacionais e internacionais de clima.

Quais as causas do aquecimento global e das mudanças climáticas?  

As mudanças climáticas podem ter causas naturais, como alterações na radiação solar e nos movimentos orbitais da Terra, ou podem ser consequência das atividades humanas.  

O IPCC (sigla em inglês para Intergovernmental Panel on Climate Change e, em tradução livre, Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas, afirma que a influência humana no aquecimento da atmosfera, oceanos e continentes é "inequívoca".  

A partir da Revolução Industrial, o homem passou a emitir quantidades significativas de gases de efeito estufa, em especial o dióxido de carbono. Nesse período, a concentração desse gás passou de cerca de 280 ppm para os atuais 410 ppm, intensificando significativamente o efeito estufa.

O que são as mudanças climáticas?

As mudanças climáticas se referem às flutuações de longo prazo na temperatura, precipitação, vento e outros aspectos relacionados ao clima e ao tempo. A UNFCCC (sigla em inglês para United Nations Framework Convention on Climate Change e, em tradução livre, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) a descreve como a mudança do clima que é atribuída direta ou indiretamente à atividade humana, que altera a composição da atmosfera global, e se soma à variabilidade climática natural observada em períodos de tempo comparáveis.

O que faz a UNFCCC?  

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima é uma base de cooperação internacional em que os países-membros buscam estabelecer políticas para reduzir e estabilizar as emissões de gases de efeito estufa em um nível no qual as atividades humanas não interfiram seriamente nos processos climáticos.  

A primeira reunião aconteceu em 1992, durante a ECO-92, Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (RJ). O texto da convenção foi assinado e ratificado por 197 países, reconhecendo a necessidade de um esforço global para o enfrentamento das questões climáticas.  

Com a entrada em vigor da Convenção do Clima, os representantes dos diferentes países passaram a se reunir anualmente para discutir a sua implementação. Essas reuniões são chamadas de COPs (Conferências das Partes).

O que é o Protocolo de Quioto?  

O Protocolo de Quioto é um tratado internacional que estipula as metas de reduções obrigatórias dos principais gases de efeito estufa para o período de 2008 a 2012.  

Apesar da resistência por parte de alguns países desenvolvidos, foi acordado o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada. Assim, os países desenvolvidos e industrializados, por serem responsáveis históricos das emissões e por terem mais condições econômicas para arcar com os custos, seriam os primeiros a assumir as metas de redução até 2012.  

Em 2012, durante a COP 18 em Doha, foi adotado um segundo período de compromisso, começando em 2013 e durando até 2020.

O que é MDL?  

O MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) é um instrumento que integra o Protocolo de Quioto e permite que os países desenvolvidos invistam em projetos para redução de emissões em países em desenvolvimento. Esses projetos podem ganhar créditos vendáveis de CER (sigla em inglês para Certified Emission Reductions, e, em tradução livre, Redução de Emissões Certificadas), cada um equivalente a uma tonelada de CO2, que podem ser contados para o cumprimento das metas de Quioto.

O que é REDD?  

REDD é uma sigla que significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal. Trata-se de um mecanismo criado para incentivar que as florestas sejam conservadas, evitando o desmatamento e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa.  

Surgiu em 2013 durante a Conferência das Partes em Bali, na Indonésia, e, posteriormente, incluíram no seu conceito atividades de conservação e manejo sustentável das florestas em países em desenvolvimento, alterando-se a sigla para REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal e o Papel da Conservação, Manejo Sustentável de Florestas e Aumento dos Estoques de Carbono Florestal Em países em Desenvolvimento).

As florestas são de vital importância para atingir os objetivos do Acordo de Paris, e a estrutura de REDD + é, portanto, reconhecida no Artigo 5 do Acordo de Paris, adotado na COP 21.

O que é NDC?   

Também estabelecida no Acordo de Paris, as NDCs (sigla em inglês para Nationally Determined Contributions e, em tradução livre, Contribuição Nacionalmente Determinada) englobam os esforços de cada país para reduzir as emissões nacionais e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas, com o objetivo de alcançar os objetivos do Acordo. Cada país deve preparar, comunicar e manter sucessivas NDCs que representem uma progressão em comparação com a NDC anterior e reflitam sua ambição mais elevada possível.

O que é o Acordo de Paris?  

O Acordo de Paris é um tratado internacional juridicamente vinculante sobre mudança climática. Foi adotado por 196 países na COP 21, em Paris, em 12 de dezembro de 2015, e entrou em vigor em 4 de novembro de 2016.

Seu objetivo é manter o aumento da temperatura bem abaixo de 2°C, com esforços para limitar a 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais.  

O Acordo de Paris é um marco no processo multilateral de mudança climática porque, pela primeira vez, um acordo vinculante reúne todas as nações em uma causa comum para empreender esforços ambiciosos para combater a mudança climática e se adaptar a seus efeitos.  

O acordo histórico teve sucesso porque permitiu a cada país definir suas próprias metas de redução de emissões e adotar suas próprias estratégias para alcançá-las.

Quais os gases que mais contribuem para o aquecimento global e consequentemente para o efeito estufa?

Os principais são os gases carbônico e metano. O dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2) é emitido, principalmente, pelo uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) nas atividades humanas.

Quais são os gases que contribui para o aquecimento global?

Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso. O CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global, pois representa mais de 70% das emissões de GEE e o seu tempo de permanência é de no mínimo cem anos, resultando em impactos no clima ao longo de séculos.

Quais as principais fontes de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa?

Setor de energia é o maior emissor de gases de efeito estufa Os outros principais emissores são: agropecuária (12%); uso da terra, mudança no uso da terra e silvicultura (6,5%); processos industriais de produtos químicos, cimento e outros (5,6%); e resíduos, incluindo aterros e águas residuais (3,2%).

Quais são os fatores que mais contribuem para o aumento do efeito estufa?

Nos últimos anos, houve um considerável aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As atividades humanas ligadas à indústria, as atividades agrícolas, o desmatamento e o aumento do uso dos transportes são os principais responsáveis pela emissão desses gases.

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