Quais as fontes utilizadas pelas empresas para obtenção de empréstimos financiamentos?

É altura de falarmos das fontes de financiamento a que poderá recorrer para o arranque do negócio e o posterior cumprimento dos objetivos estratégicos identificados. Uma vez que qualquer negócio/projeto tem diferentes fases - criação, desenvolvimento, crescimento e sustentabilidade - durante o seu ciclo de vida, as suas necessidades de financiamento também serão diferentes e devem ser ajustadas à fase em que o negócio se encontrar.

Antes de se pensar em fontes de financiamento, temos de definir o valor do capital necessário. Este valor depende do montante de investimento e das necessidades para financiar as atividades correntes, ainda que garantindo uma estrutura financeira equilibrada.

Deve ter em atenção que capital insuficiente no arranque pode provocar a ruína da empresa, uma vez que tem de contar com compras de materiais, compra de stock, pagamento da renda, de salários, de impostos, etc….

Um princípio a reter é que as fontes de financiamento devem ser ajustadas às necessidades de investimento.

Clássicas

Existem diferentes formas de financiar as necessidades de um negócio, dependendo do tipo de investimento que se vai efetuar ou da fase de vida da empresa. Em qualquer caso, as formas clássicas são sempre uma possibilidade a analisar, tendo as suas vantagens e desvantagens.

Banca

O recurso à Banca é, provavelmente, o primeiro critério na escolha de uma fonte de financiamento, seja por tradição, por comodidade ou por desconhecimento de alternativas.

Os Bancos comerciais estão cada vez mais interessados em apoiar as empresas a nível de financiamento, uma vez que podem, por um lado, praticar taxas de juro mais atrativas (leia-se mais altas) e, por outro, conseguir efetuar venda cruzada, de forma a aumentar comissões e fidelizar os clientes.

Os financiamentos, genericamente, podem ser classificados de 2 formas: financiamento de curo prazo e financiamento de médio-longo prazo.

Financiamentos de curto prazo:

  • Operações de desconto de letras ou livranças: correspondem a um adiantamento feito pelo Banco relativamente à data de vencimento da operação. Estas operações têm muitos custos associados (juro, comissões, imposto de selo) e a taxa de juro é alta.
  • Empréstimos de curto prazo: correspondem ao empréstimo de um determinado valor por um determinado período de tempo.
  • Contas correntes caucionadas: o Banco coloca ao dispor do cliente um determinado montante que pode ser utilizado até ao seu limite, podendo o cliente repor o valor que entender para reduzir o valor em dívida. Os juros são pagos em função do montante utilizado.
  • Descobertos bancários: correspondem a um determinado valor até ao qual as empresas podem movimentar sem ter saldo suficiente em conta. São, por norma, concedidos por períodos curtos e em situações excecionais. Os juros são contados diariamente sobre o valor a descoberto.
  • Factoring: é uma forma de financiamento cada vez mais utilizada pelas empresas na gestão da sua tesouraria, uma vez que a cobrança das faturas passa para a empresa de Factoring, adiantando esta, normalmente, 80% do valor total das faturas apresentadas. Na data de vencimento das faturas, os clientes da empresa aderente, pagarão os valores em dívida. Como desvantagem principal tem o critério de seleção das empresas aderentes e dos seus clientes.

Financiamentos de médio-longo prazo:

  • Empréstimos bancários: Estes empréstimos são concedidos em função da avaliação prévia da empresa e do risco do investimento. Tradicionalmente, são empréstimos vocacionados para operações de investimentos, sendo disponibilizado e reembolsado de acordo com as características de cada projeto.
  • Leasing: Também conhecido por locação financeira é um instrumento utilizado para a aquisição de mobiliário, equipamento ou viaturas (leasing mobiliário) e também para a aquisição de instalações para a atividade empresarial (leasing imobiliário). A Empresa de Leasing – locadora - adquire o bem, passando este a ser sua propriedade. Por sua vez, coloca-o à disposição da empresa locatária em troca de um pagamento periódico, que se chama renda. O valor da renda inclui o valor de aquisição, os juros e as comissões. Durante o contrato o locatário assume todos os encargos e tem, no final, do contrato, a opção de compra através do pagamento do valor residual estabelecido no inicio do contrato. Como vantagem, para quem contrata este tipo de instrumento é a rapidez e simplicidade da operação.

Independentemente do tipo de financiamento, as taxas de juro poderão variar em função do risco do cliente, do prazo e das garantias apresentadas (Hipoteca, Fiança ou Aval).

Capitais próprios

Esta forma de financiamento é a mais informal, uma vez que o empreendedor utiliza os seus recursos e/ou recursos de pessoas próximas, como familiares e amigo, para iniciar o negócio.

Mesmo que esta fonte de financiamento não seja usada, poderá haver situações em que a componente de autofinanciamento é bem vista por um potencial investidor. Investiria o seu dinheiro num negócio onde alguém que lhe está a pedir dinheiro não investiu 1 euro?

No entanto, se o seu negócio for totalmente financiado por capitais “pessoais” deve ter em atenção a viabilidade do negócio. Se o negócio não for rentável, pode pôr em questão as relações familiares e de amizade.

Crowdfunding

O crowdfunding é um tipo de financiamento angariado através de plataformas eletrónicas especializadas (websites). Estas plataformas, que têm que estar registadas como tal, têm de cumprir uma série de obrigações, nomeadamente um seguro de responsabilidade civil que cubra as responsabilidades resultantes de negligência profissional. Estas condições, bem como a supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e o registo junto da Direção Geral do Consumidor, garantem a segurança do empreendedor.

O processo é simples: o empreendedor apresenta a sua ideia ao público, diz quanto precisa angariar e qual a data limite para alcançar esse feito. As pessoas acedem ao site, conhecem o projeto através de explicações em vídeo e texto e decidem se querem contribuir ou não para o projeto apresentado. Caso o projeto consiga o financiamento, o site que divulgou a iniciativa recebe uma comissão da empresa (em regra 5%). Caso contrário o empreendedor sai sem levar nada do que foi arrecadado e os fundos são devolvidos aos investidores.

Para quem investe, normalmente, existem recompensas normalmente um produto ou serviço relacionado com o projeto. Apesar de não serem obrigatórias funciona como uma contrapartida, reforçando a ideia de win-win (ganho-ganho).

Em Portugal, as plataformas de crowdfunding mais conhecidas são o PPL e a Massivemov. Se pretende ter uma rede de apoio mais vasta existem portais internacionais para conseguir o seu objetivo, onde o Kickstarter é o mais conhecido.

Vantagens: 

  • Forma fácil de financiar o projeto através de amigos e/ou familiares;
  • Divulgação da ideia online quase imediata e sem custos;
  • Reduz o risco de iniciar um projeto sem garantir o financiamento;
  • Permite o investimento a qualquer pessoa que, mesmo que tenha pouco capital, pode investir pequenos montantes.

Desvantagens:

  • Pouco eficaz para projetos que necessitem de grande investimento;
  • O montante angariado é usado para iniciar o projeto e não para o manter;
  • Risco de perda da ideia ao expô-la antes de a concretizar;
  • O limite máximo de angariação para financiamento é de 1 milhão de euros.

Business Angels

Os Business Angels (BA) são investidores informais em capital de risco para PME.

O financiamento por BA constitui uma oportunidade para projetos empresariais inovadores ou com potencial de crescimento que, regra geral, tem também associada uma parceria na gestão, o que representa uma vantagem importante para empreendedores com pouca experiência empresarial prévia.

Normalmente, apoiam projetos ligados a negócios de base tecnológica, em empresas de pequena dimensão e em fase inicial (ou com crescimento exponencial) e contribuem, para além do financiamento, com conhecimento, rede de contactos e experiência para o desenvolvimento do negócio. No fundo, trata-se de uma entrada no capital das empresas, delimitada no tempo, com o objetivo de valorização a médio prazo, através de venda posterior da participação a outros interessados ou à própria empresa.

Capital de Risco

As empresas ou fundos de Capital de Risco partilham o risco do negócio com as empresas em fase de inicio ou, quando já operam, necessitam de injetar capital de forma a sustentar o seu crescimento ou entrada em novos negócios.

O seu modelo assenta na participação minoritária das empresas, sem interferência na gestão das mesmas, ficando determinado, através de contrato, as condições de saída do investidor (tempo que se mantém e benefícios que irá ter).

Esta forma de financiamento é, em princípio barata, para as empresas uma vez que não têm que liquidar encargos financeiros. No entanto, as mais valias para o investidor têm de ser bem estudadas para que o barato não saia caro.

Emergentes

Equity crowdfunding

Este tipo de financiamento difere do crowdfunding na medida em que o investidor recebe uma participação no capital da empresa financiada (ações, capital social), na distribuição de dividendos ou na partilha de lucros.

A entidade financiada mantém o controlo ao mesmo tempo que se financia com capital externo, em vez de recorrer a crédito ou passivo, como muitas vezes ocorre no financiamento bancário ou capital de risco.

Peer-To-Peer (P2P)

Uma opção de financiamento que surgiu recentemente é o financiamento por empréstimo, ou “peer to peer”. É uma nova modalidade está a mudar a maneira como se as empresas se financiam e abre novos caminhos à forma de investir por quem possui recursos para o efeito.

O “peer to peer” corresponde a um empréstimo realizado diretamente entre particulares, ou entre empresas e investidores, sem a intervenção de um intermediário financeiro.
Entre as vantagens desta modalidade de financiamento está a rapidez na análise, os baixos custos e taxas de juro mais competitivas. Para quem investe, os valores mínimos são baixos, garante a diversificação do investimento ao investir em várias empresas e tem a possibilidade de cedência dos empréstimos a outros investidores, no caso de ser necessária liquidez.

Em Portugal, a plataforma Raize disponibiliza a possibilidade a investidores financiarem empresas e assim procurarem maio rentabilidade para os seus capitais.

Quais são as principais fontes de financiamento para as empresas?

Listamos 6 fontes de financiamento para empresas.
Fundo de investimento..
Investidor anjo..
Investimento coletivo..
BNDES..
Sócio investidor..
Subvenções..

Qual é a fonte de financiamento?

As fontes de financiamento designam o conjunto de capitais internos e externos à organização utilizados para financiamento das aplicações e investimentos realizados. Na decisão de qual a fonte de financiamento a utilizar, a primeira grande escolha é sobre se o financiamento deverá ser externo ou interno.

Quais são as duas fontes de capital para financiar as empresas?

Basicamente existem duas fontes de capital disponíveis para as empresas: o capital próprio e o capital de terceiros.

São fontes internas de financiamento das empresas?

Fontes internas de financiamento Lucros não distribuídos da empresa que podem ser usados ​​para aumentos de capital. Provisões para cobrir possíveis perdas no futuro. Amortizações, que são recursos utilizados para evitar que a empresa fique subcapitalizada devido ao envelhecimento e perda de valor de seus ativos.

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