O que o Japão era em 1990?

O Japão era um país praticamente medieval até a Segunda Guerra Mundial. Foi quando ele virou um pólo industrial, investiu em educação e se transformou na segunda maior economia do mundo. Tudo isso em apenas 40 anos.

Com esse crescimento vertiginoso, a perspectiva era de que, no século XXI, o Japão passasse a ser a maior economia do planeta. Quem contou detalhes sobre esse crescimento vertiginoso do país ocidental foi Luiz Hota, sócio da Tradestars, em um vídeo do seu canal no Youtube.

Segundo o analista, foi a bolha construída no Japão nas décadas de 70 e 80 que não permitiu que a "profecia" se concretizasse. Com os produtos japoneses oferecendo preços abaixo da média e tecnologia de ponta, sua popularidade cresceu em diversos mercados ao redor do mundo, como Estados Unidos.

Em 1980, o presidente dos EUA, Ronald Reagan, criou políticas para valorizar o dólar – o que alterou a balança econômica mundial. O dólar alto passou a dificultar a compra de produtos americanos em outros países. As empresas americanas passaram a enfrentar dificuldades financeiras e o país precisou adotar uma política protecionista.

Em 1985 ocorreu o Acordo de Plaza, no qual as maiores economias do mundo concordaram em depreciar o dólar, vendendo muito da moeda, o que diminuiu seu valor. Com a queda da moeda americana, o iene se valorizou e os produtos japoneses ficaram mais caros.

Esse movimento fez a exportação do Japão para outros países diminuir muito. Então em 1990 o Japão entrou em recessão. A economia do país estava em frangalhos, conforme Hota explicou.

Com menos exportações e empregos em risco, o Banco Central do Japão precisou diminuir o custo do crédito para estimular a economia. Também baixou as taxas de juros dos imóveis. Assim, a população passou a adquiri-los, diminuindo o estoque de imóveis disponíveis.

Como ainda existia a esperança de o Japão se tornar a principal economia do mundo, muitas empresas do mundo todo buscaram comprar imóveis em Tóquio, com a demanda maior que a oferta. Assim o mercado imobiliário japonês chegou a ter quatro vezes o valor do americano, mesmo com um território muito menor.

A bolsa de valores japonesa também chegou a representar 40% de todo o dinheiro que circulava no mundo. A bolha estourou e o Banco Central teve que intervir, aumentando a taxa de juros do país em três vezes para segurar a inflação. Mas os preços dispararam e a inflação corroeu a riqueza do país.

Na década de 90, a bolsa de valores japonesa caiu 60% e os imóveis 80%. "A riqueza do país foi desperdiçada e as instituições foram à falência", afirmou Hota. "E ainda hoje, 30 anos depois, o Japão sente as consequências", emendou.

Uma nova bolha?

"Após a crise do subprime, em 2008, os EUA injetaram trilhões de dólares na economia para mascarar uma crise que veio também do mercado imobiliário e aumentou endividamento público", observou Hota. Segundo o especialista, a diminuição da taxa de juros aqueceu o mercado imobiliário.

Depois, novos estímulos à economia precisaram ser feitos, graças à pandemia inesperada de covid-19. Em apenas um ano, os Estados Unidos injetaram US$ 4 trilhões de dólares no mercado, deixando o dinheiro barato – o que fez os ativos dispararem.

Hota observou que se você olhar para o passado de um país, é possível imaginar o que irá acontecer com outros em processos semelhantes. Mas alertou que não está fazendo uma previsão de fim de mundo, e sim ensinando a observar os movimentos dos mercados.

"Na crise do subprime tinha como corrigir: baixar taxa de juros, imprimir mais dinheiro. Agora a taxa já está próxima de zero e o governo continua jogando dinheiro no mercado. E os imóveis continuam subindo de preço e fáceis de comprar", observou Hota.

Só que imóveis financiados ficam como ativos dos bancos. Assim, quando um imóvel perde 50% de seu valor, o banco também perde metade do valor do ativo. Isso afeta o mercado financeiro em uma reação em cadeia que pode levar a uma nova crise financeira mundial.

Para saber mais, acesse o canal do Luiz Hota. 

São Paulo – Verdade ou mito? Nos últimos 22 anos, a economia do Japão  teve um baixo nível de crescimento. O período de estagnação foi popularmente classificado pelos analistas como “as duas décadas perdidas”. Mas será que o país asiático foi fortemente prejudicado?

Desde a crise iniciada nos anos 90, quando ocorreu a chamada bolha de preços de ativos, a economia japonesa está estagnada, e caiu nos últimos anos da segunda para a terceira posição no ranking das maiores economias do mundo, atingindo cerca de 10 trilhões de dólares em dívida à medida que tentava estimular o crescimento.

Tomando como referência os Estados Unidos, considerados a maior economia do mundo, os números oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que a taxa de expansão americana é consideravelmente superior a registrada pelo país asiático entre 1989 e 2011.

Para Eamonn Fingleton, colunista do jornal americano The New York Times e que previu a crise financeira nipônica em 1990, a visão de que o Japão viveu “duas décadas perdidas” é um mito, já que muitas conquistas foram feitas em diferentes aspectos.

Em recente artigo publicado, ele destacou que a melhor maneira de se medir o crescimento de uma economia é através do uso do PIB per capita. O resultado encontrado entre 1989 e 2011 é que os Estados Unidos tiveram expansão média de 1,4%, ao mesmo tempo em que o Japão cresceu 1% em média. “É uma diferença (0,4%) muito mais estreita do que as pessoas imaginam”, explica Fingleton.

Ele chama a atenção para as características da população de cada país e diz que fatores demográficos justificam esta diferença. Fingleton ressalta que mais da metade da população do Japão tem mais de 45 anos e, mesmo com menos adultos jovens, a maioria dos japoneses conseguiu enriquecer no decorrer da última década. Além disso, a população nipônica diminuiu nos últimos 22 anos, ao mesmo tempo em que a americana cresceu.

Outros méritos

O colunista ainda apontou outras conquistas feitas pelo Japão e que colocam em xeque o uso da expressão "décadas perdidas":

> O país asiático conseguiu entregar um estilo de vida cada vez mais rico para o seu povo, apesar da crise financeira. A expectativa de vida da população nipônica disparou 4,2 anos entre 1989 e 2009, subindo de 78,8 anos para 83 anos. Isso significa que os japoneses estão vivendo 4,8 anos a mais que os americanos. O progresso foi atribuído à dieta e aos incentivos aos cuidados com saúde;

> Os progressos notáveis em infraestrutura de internet no Japão desbancam os observados nos Estados Unidos. Embora na década de 90 a rede de conexões em território japonês era ridicularizada, o país asiático conseguiu virar o jogo. Uma pesquisa da Akamai Tecnologies mostra que, das 50 cidades com o serviço de internet mais rápido do mundo, 38 eram japonesas, contra apenas três nos EUA;

> Com sua medição sendo feita a partir de 1989, a moeda nipônica se valorizou 87% frente ao dólar americano e 94% diante da libra esterlina no decorrer dos últimos 20 anos. A divisa ainda supera até o desempenho do franco suíço;

> A taxa de desemprego atual é de 4,2% no Japão, representando menos da metade do registrado nos Estados Unidos;

> Desde que as duas décadas perdidas tiveram início nos anos 90, os edifícios e arranhas-céus mais altos (com mais de 152 metros ou 500 pés) foram construídos em Tóquio. São 81 no total, contra 64 em Nova York, 48 em Chicago e sete em Los Angeles, segundo dados do site SkiycraperPage.com, que monitora edifícios ao redor do mundo;

> O superávit em conta corrente do Japão totalizou US$ 196 bilhões em 2010, mais do que triplicando frente ao visto em 1989. O déficit em conta corrente dos Estados Unidos, por sua vez, avançou de US$ 99 bilhões para US$ 471 bilhões em igual período;

> Na década de 90, esperava-se que o Japão fosse o mais prejudicado com o crescimento do comércio chinês. Na outra ponta, o grande beneficiado seria os Estados Unidos. Para surpresa de todos, aconteceu exatamente o contrário. O Japão elevou as exportações para a China em mais de 14 vezes desde 1989, mantendo um equilíbrio no comércio bilateral entre as duas nações;

> Outro mérito do Japão está até na gastronomia: Tóquio concentra 16 dos melhores restaurantes do mundo, enquanto Paris na França (considerada a capital da gastronomia mundial) possui apenas 10, de acordo com dados do Guia Michellin;

> Na área de tecnologia, o Japão também está à frente. Em celulares, por exemplo, os japoneses ultrapassaram os americanos no espaço de poucos anos na década de 1990, e se mantiveram na dianteira desde então, com os consumidores trocando seus aparelhos por dispositivos cada vez mais avançados.

O que aconteceu em 1990 no Japão?

O economista Richard Koo escreveu que a "Grande Recessão" do Japão que começou em 1990, foi uma "recessão contábil". Ela foi iniciada por um colapso nos preços das terras e ações, que levaram as firmas japonesas a se tornarem insolventes, o que significou que seus ativos valiam menos que seus passivos.

O que causou a crise econômica no Japão no início de 1990?

Isso se deveu principalmente ao estouro da “bolha econômica”. De 1990 a 1992, o valor dos terrenos urbanos e do índice do mercado de ações foi reduzido para quase metade. Como resultado, os bancos japoneses acumularam US $ 800 bilhões em ativos realizados.

Em que ano o Japão está agora?

Por exemplo: 2018 é o 30° ano da era Heisei. Este sistema ainda está vigente nos dias atuais no Japão sendo requerido em documentos oficiais do governo. A era mais longa até o momento é a era Showa, com 64 anos.

Quando o Japão se tornou capitalista?

Na década de 1970, o Japão fez investimentos no desenvolvimento industrial e tecnológico e tornou-se, nessa mesma época, uma grande potência econômica no mundo.

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