O que e o oráculo de Deus?

“Aos judeus foram confiados os oráculos de Deus”

— Romanos 3:2

Quais são os “oráculos de Deus” com as quais os judeus foram confiados? O termo grego é λόγιον, (logion), usado aqui no plural com o artigo definido. (Veja também Atos 7:38; Hb 5:12; 1 Pd 4:11.) No grego clássico, esse termo era usado para enunciados divinos, ou oráculos supostamente falados pelos deuses através de seus mensageiros inspirados. Este é certamente o sentido em que Paulo está usando aqui para representar as declarações inspiradas do verdadeiro Deus. É traduzido de várias maneiras como “os oráculos de Deus” (KJV, NEB, NASB, NRSV), “as palavras de Deus” (NAB) e “mensagens de Deus” (Phillips). É basicamente equivalente a ho logos tou theou, “a palavra de Deus”, e ocorre nesse sentido frequentemente na LXX, especialmente em Sal 119. A tradução da NIV é excelente. É apropriado entendê-lo como se referindo a todo o AT escrito, as “Sagradas Escrituras” (1:2) como possuídas pelos judeus.

Que ta logia tou theou está se referindo ao AT escrito é mostrado pela afirmação de Paulo de que esses oráculos foram “confiados” aos cuidados dos judeus. Murray diz com razão: “É como a Escritura que esses oráculos foram confiados aos judeus; somente desta forma se poderia dizer que os judeus lhes foram confiados” (I:93). Ser encarregado de algo significa ser dado a ele para ver se é protegido e colocado em uso adequado. Que os judeus foram “confiados” ao AT significa que Deus os escolheu para receber sua revelação especial por forma escrito, e ele os acusou de serem seus guardiões. Eles foram os mordomos escolhidos por Deus deste dom extremamente precioso para a humanidade; eles foram “confiados com a mordomia de salvaguardar e preservar” até que chegasse a hora de seu cumprimento (Dunn, I: 138).

Para ser confiado com os oráculos de Deus, ele deu aos judeus um privilégio e uma vantagem que superou em muito qualquer coisa desfrutada pelos gentios, que conheciam o Criador e sua lei apenas através de revelação geral. (Ver Deuteronômio 4: 8; Sal 147:19-20.) Por terem também sua revelação especial, os judeus conheciam a Deus não apenas como Criador, Legislador e Juiz, mas também como um Salvador amoroso. Eles conheciam não apenas sua lei, mas também sua graça; e eles tiveram a abençoada oportunidade de acreditar em sua promessa de perdão.

De especial importância é o fato de que os judeus conheciam a intenção de Deus de enviar um Messias, um Redentor. Eles possuíam as muitas profecias preditivas de sua vinda e nutriam a esperança de sua aparição. Assim, aqueles que por acaso estavam vivendo no tempo de sua vinda seriam os primeiros a conhecê-lo e ter a oportunidade de acreditar nele e receber sua salvação (1:16). Quem poderia pedir maiores vantagens do que estas?

O que dizem outros eruditos?

De acordo com nossa interpretação do πρῶτον, τὰ λόγια (promulgações significativas, χρησμοί, palavras de revelação, At 7:38; Heb 5:12; 1Pe 4:11) não pode de modo algum denotar a palavra de Deus do Antigo Testamento em seu aspecto geral (Cocceius: quidquid Deus, habuit dicendum), mas esta palavra apenas na direção específica em que a maioria dos judeus eram incrédulos em relação a ela. O que se entende, portanto, não é a lei somente e como tal (Theodoret, Œcumenius, Beza); pois a lei, segundo Paulo, também era um evangelho típico (que Tholuck parece ignorar, quando diz: O conteúdo do λόγια divide-se na parte dupla, ὁ νόμος e αἱ ἐπαγγελίαι); nem as profecias messiânicas somente (Grotius, Tholuck, Meyer), mas propriamente ambas (De Wette), como uma era a condição da outra, e ambas constituíam uma aliança de Jeová com o povo (Calvino, Calov [Hodge] e outros). A unidade desses elementos reside principalmente nas promessas patriarcais; e como o povo de Israel foi feito um povo do pacto, estes foram confiados a construção e preservação aos oráculos de Deus, estabelecendo o pacto, que Israel, como servo de Deus, deveria proclamar às nações no devido tempo. [O apóstolo, ao chamar as Escrituras do Antigo Testamento de oráculos de Deus, claramente os reconhece como livros divinamente inspirados. A igreja judaica era a depositária e guardiã destes oráculos até a vinda de Cristo. Agora, as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento estão comprometidas com a tutela da Igreja Cristã. — Romans 2. Peter Lange’s Commentary on the Old Testament. Versão Eletrônica E-Sword.

O termo oráculo é muito abrangente e pode significar: Resposta da divindade a quem a consultava; Divindade consultada; Lugar onde se dava o oráculo; Palavra de Deus; Palavras de grande autoridade; Pessoa ou entidade cujas palavras são muito respeitadas.

No livro de Josué 7.6-9, Josué faz uma oração a Deus querendo uma resposta a cerca da derrota de Israel do povo de Ai, e a partir do versículo 10, Deus responde a Josué lhe dizendo o por que de Israel ter perdido a batalha.

Olhando bem para este contexto vemos que a divindade consultada e a resposta vieram do Deus de Israel. Então Deus é o oráculo neste contexto.

Já no livro de 1 Reis 8.6, diz: “Assim trouxeram os sacerdotes a arca da aliança do SENHOR ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo, até debaixo das asas dos querubins”.

Neste contexto vemos que o oráculo é o Santo dos Santos, uma sala do Templo de Salomão onde ficava guardada a Arca da Aliança. Era aqui que se realizava anualmente uma cerimônia de sacrifício expiatório de um cordeiro sem mácula (Ex 12.5) pelos pecados do povo (Lev 4.35) e era este o único momento em que o Sacerdote podia falar diretamente com Deus. Esta sala ficava separada do templo por uma cortina de linho. E como o lugar era santíssimo, outros não poderiam entrar, somente ele.

A Palavra de Deus também é um oráculo, pois tudo o que nela está escrito se cumpriu, se cumpre e se cumprirá. Tudo o que nela está escrito é de Deus, e Deus fala através dela. Um dos exemplos que podemos citar são: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. (2 Pedro 1.21). O termo profecia aqui se refere não somente aquilo que foi falado oralmente, mas também tudo aquilo que foi registrado na Palavra de Deus através dos manuscritos.

A Palavra de Deus também é uma palavra de grande autoridade, pois o que Ele fala não são palavras jogadas ao vento, mas são palavras que se cumprem em sua totalidade, por isso que ela também é um oráculo. Um dos vários exemplos da Bíblia é: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei". (Isaías 55 : 11). Somente uma pessoa de grande poder e autoridade pode falar desta maneira, a ponto de provar que o que ela fala é verdadeiro e se cumpre de verdade.

Sabemos que oráculo pode ser também uma pessoa ou entidade cujas palavras são muito respeitadas. Quero mostrar agora uma pessoa muito importante, que com certeza é o oráculo mais perfeito que viveu aqui na terra, ele se chama Jesus. Nunca existiu uma pessoa tão importante e especial como Jesus. Ele nunca pecou e só falou a verdade, foi reto e justo, e fez toda a diferença em sua época, razão pela qual Ele e suas Palavras foram e são muito respeitadas ainda hoje. Um dos exemplos era a quantidade significativa de pessoas que paravam para ouvi-lo falar, fato que vemos no evangelho de Mateus 14.19-21: “E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze alcofas cheias. E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças”.

E isso é tão atual, que a própria Palavra de Deus afirma que Deus fala hoje através de Jesus Cristo, o seu Filho, conforme está no livro de Hebreus 1.1: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”.

E isso é tão real na atualidade que contamos com cerca de 2,2 bilhões de cristãos no mundo. Fato que Deus não se calou e que usa seus servos para levar a mensagem salvadora a todas as pessoas em toda a face da terra.

É bom lembrar também que nas religiões antigas e contemporâneas existe a prática oracular. Quando olhamos para a história antiga, vemos que em vários Países havia esta prática, como por exemplo na Grécia. E uma das divindades que eles cultuavam era Zeus, considerado o rei dos deuses.

Existiam também mulheres, que eram sacerdotisas, que faziam seus rituais para receber suas supostas entidades e dar as respostas para o povo. Muitos usavam objetos, tais como cartas (tarô), moedas, búzios, etc...

Mas sabemos que existe um adversário chamado Satanás, que tenta imitar a Deus, e até ser igual a Deus, e ele é mentiroso e pai da mentira, e desde os primórdios ele tem enganado a muitos, e levado as pessoas a se distanciarem de Deus.

Mas vamos ter muito cuidado, pois os oráculos de Deus devem ser santos e devem vir de Deus, única fonte confiável e verdadeira.

Escrito por: Adriano José Ursulino Isidro 

O Novo Comentário da Bíblia - Editado pelo Prof. F. Davidson, MA, DD

Quais são os oráculos de Deus?

Na ótica cristã, os oráculos de Deus são a vontade de Deus (o único Deus verdadeiro) revelada no Antigo e Novo Testamento, que nos conduz a agradá-Lo e servi-Lo conforme Ele determinou em Sua Palavra!

O que é um oráculo para que serve?

A verdade é que o oráculo é uma ferramenta, ou intermediário, que acessa respostas dadas por uma divindade. O tarot, jogo de runas, cartomancia ou baralho cigano, são alguns exemplos de oráculos famosos e muito utilizados ainda hoje.

Quem são os oráculos?

Oráculos eram os locais onde as pessoas buscavam respostas divinas a cerca do futuro. É também o nome dado a respostas de deuses decifradas pelos sacerdotes. Os principais oráculos são: Oráculo de Júpiter: É o mais antigo oráculo grego que teve repercussão até a época do cristianismo.

O que é a leitura de oráculo?

A palavra oráculo é derivada do latim e significa a resposta de uma divindade dada após uma consulta por meio de ações divinas. A palavra acabou sendo utilizada também como o local onde há a consulta divina ou a própria santidade que responde.

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