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Salvar a Amazônia pode ser um ponto-chave para garantir a sobrevivência humana no mundo como conhecemos hoje. O bioma tem um papel fundamental na regulação da temperatura do planeta e no regime de chuvas no Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
No entanto, nos últimos anos, a floresta sofre com um crescente desmatamento e queimadas, o que tem contribuído para a redução da capacidade de sequestro de carbono, além de aumentar a emissão de gases de efeito estufa. Com isso, o sistema amazônico pode ter seu ponto de equilíbrio rompido, entrando em um caminho de desertificação sem volta.
A atividade agropecuária pode ser inviabilizada na região central do Brasil por conta das mudanças climáticas causadas pelo sumiço da floresta, como elevação de temperaturas e diminuição de chuvas, segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar do cenário sombrio, grandes empresas e até cidadãos comuns podem contribuir para a preservação do bioma amazônico. Conheça quatro ações que podem ajudar a salvar a Amazônia.
1. Consumo consciente
Conhecer a origem dos produtos consumidos contribui para a preservação da Amazônia. No caso da madeira e da carne, existem certificações que garantem a produção livre de desmatamento ilegal. O próprio agronegócio aderiu à moratória da soja, que assegura que o grão produzido no bioma amazônico esteja livre de desflorestamentos ocorridos após o dia 22 de julho de 2008.
Além disso, a exploração econômica da Amazônia pode garantir a sua preservação. O consumo de produtos com certificação de produção sustentável na região proporciona a geração de renda e a manutenção da floresta em pé.
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2. Fortaleça as redes de apoio
Uma série de pessoas e instituições realizam um trabalho contínuo pela preservação da Amazônia. Dessa forma, realizar doações para essas organizações ou apenas dedicar um tempo para assinar petições e divulgar ações, mobilizações e campanhas auxilia na luta pela preservação da floresta. A cobrança de um posicionamento de empresas e pessoas de relevância contribuem para dar visibilidade à causa.
3. Aprenda com os povos da floresta
A floresta amazônica é habitada por pessoas há pelo menos 13 mil anos. Os moradores locais conseguiram sobreviver no bioma, ao mesmo tempo que garantiram a sua biodiversidade.
Até hoje, as regiões de floresta habitadas por comunidades indígenas e populações locais são mais bem conservadas. Por isso, conhecer e incentivar ações que promovem as pessoas dessas comunidades ajuda a garantir a manutenção da Amazônia.
4. Incentive o reflorestamento
Iniciativas de reflorestamento de áreas degradadas são importantes para ajudar a regeneração da floresta.
Uma das iniciativas mais antigas da Amazônia, o Projeto Reflorestamento Econômico Consorciado Adensado (Reca), fundado em 1989, incentiva o plantio sustentável com pagamentos anuais pela preservação de 5 mil hectares de sítios e chácaras no Amazonas, Acre e Rondônia.
Fonte: Natura, Instituto Socioambiental, Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Imazon.
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Em geral, as pessoas não costumam associar cidades e árvores, mas a verdade é que as áreas urbanas dependem de florestas saudáveis para sobreviver. Esse entendimento levou 45 cidades de todo o mundo a se unirem à inciativa Cities4Forests, lançada no último dia 12, comprometendo-se a proteger, gerenciar e restaurar florestas em três escalas: florestas internas, próximas e distantes.
Em cada um desses níveis, as florestas oferecem benefícios para as cidades e o planeta como um todo. Dentro do perímetro urbano, as árvores e áreas verdes oferecem espaços de lazer e convivência e contribuem manter as temperaturas mais amenas. Florestas próximas, no entorno das cidades, protegem contra enchentes e deslizamentos de terra. E mesmo as áreas florestais mais distantes têm implicação sobre a vida nos centros urbanos, já que influenciam o clima de forma geral, geram chuvas e abrigam a maior parte da biodiversidade terrestre do mundo.
Florestas distantes são uma oportunidade inexplorada
Se os benefícios das áreas verdes dentro e próximas das cidades já são relativamente conhecidos, o impacto que as florestas mais distantes exercem sobre o dia a dia nas cidades só agora começa a ser compreendido. O desmatamento tropical é um dos principais fatores que contribuem para as emissões de gases de efeito estufa, e as florestas foram incorporadas nas negociações globais sobre mudanças climáticas. Sabe-se, agora, que a proteção das florestas é um elemento essencial em qualquer estratégia para estabilizar o clima global e, assim, mitigar os riscos impostos às cidades pelo aumento do nível do mar e por fenômenos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos.
Em paralelo, novos estudos científicos têm revelado que florestas distantes das áreas urbanas podem afetar as cidades também, como pela geração de chuvas, essencial para manter a produtividade agrícola em fazendas que produzem alimentos para a população urbana. Em fevereiro deste ano, cientistas alertaram que a combinação de desmatamento, mudanças climáticas e o frequente uso do fogo na região amazônica pode estar relacionada às secas e inundações severas que afetaram as cidades do Brasil e dos países adjacentes nos últimos anos.
Diante disso, o que as cidades poderiam fazer para ajudar a conservar essas florestas, tão distantes de seu território mas com impactos tão profundos em seu cotidiano?
Para começar, podem garantir que seus próprios padrões de consumo não contribuam para o problema. O Painel Internacional de Recursos estima que o consumo de materiais (como madeira, areia, cascalho, minério de ferro e carvão) crescerá de 40 bilhões de toneladas em 2010 para cerca de 90 bilhões de toneladas em 2050. As cidades têm o poder de escolher se esse consumo se dará a partir de fontes sustentáveis ou não. Quando Londres sediou as Olimpíadas de 2012, as autoridades posicionaram-se em relação às florestas certificando-se de que toda a madeira usada para construir o Parque Olímpico e a Vila dos Atletas possuísse o certificado de produção legal e sustentável.
A experiência de Santiago
No Chile, o Rio Mapocho é um dos principais eixos geográficos do vale onde está a capital Santiago – e o potencial desse curso de água para a paisagem urbana é um desafio que remonta à fundação da cidade. Com o projeto Mapocho 42k, a capital chilena conseguiu um exemplo de como proteger áreas verdes e ao mesmo tempo torná-las parte da vida urbana
O projeto foi desenvolvido com o objetivo de aproveitar o potencial das margens do Rio Mapocho, em especial a sul, de comportar o espaço público de escala metropolitana: um grande eixo que conecte a cidade de Santiago geográfica e socialmente. Essa conexão é feita a partir de um corredor verde, ou “cicloparque”, que permite a circulação tanto de pedestres quanto ciclistas.
Ciclovia ao longo do rio Mapocho, em Santiago (Foto: Mara Daruich/Flickr)
Em resumo, estamos falando de um sistema de parques integrados por uma ciclovia nas margens do Rio Mapocho. São 42 quilômetros que percorrem 11 comunas (a menor subdivisão administrativa do Chile) e conectam as diversas áreas verdes da região. O corredor consegue conectar ao mesmo tempo os parques já existentes e potenciais espaços verdes ao longo da margem, promovendo, assim, uma continuidade ambiental e ecológica da qual fazem parte áreas verdes adjacentes como o Parque Bustamante, o Parque Metropolitano ou as margens do Canal San Carlos.
Toda essa rede forma um Sistema Integrado de Parques que vincula espaços públicos a um importante eixo hidrográfico e, com isso, consolida uma matriz geográfica e ecológica como um dos principais elementos do desenvolvimento urbano de Santiago.