Mapa da peninsula iberica no seculo xii

O processo histórico conhecido como Guerra de Reconquista consistiu na retomada dos territórios conquistados pelos mouros (berberes que professavam a religião muçulmana) na Península Ibérica. Apesar de boa parte dos historiadores considerarem a reconquista restrita ao século XV, é possível afirmar que ela se compôs de uma série de batalhas ocorridas entre os séculos VIII e XV.

A invasão da Península Ibérica se deu a partir do norte da África durante a expansão do Império Islâmico, por volta do ano de 711. Sob o comando de Tarik ibn-Zyiad, as tropas mouras obrigaram os visigodos que habitavam o local a se refugiarem no norte da Península, na região montanhosa das Astúrias. As condições geográficas facilitavam a defesa dos visigodos na região, possibilitando ainda investidas contra as possessões mouras que eram constituídas.

A primeira revolta que se tem notícia foi a revolta de Pelágio (ou Pelayo), em 718, iniciando a resistência e avanço dos cristãos contra os mouros que conquistavam a península. A luta por conquista de territórios se transformava também em uma luta religiosa opondo os cristão e os muçulmanos.

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Porém, entre os séculos VIII e XI, foram os mouros a conseguirem os maiores feitos, conquistando quase toda a Península Ibérica e consolidando-se com a formação do Emirado de Córdoba.

Mas a partir do século XII, com o apoio do movimento das cruzadas, os reinos cristãos da região passaram a ampliar sua dominação. Vários reinos e outros territórios foram criados após as batalhas: Condado Portucalense, Reino de Aragão, Reino de Castela, Reino de Navarra e Reino de Leão. A partir dessas conquistas, exércitos foram formados para lutar contra os mouros, garantindo a manutenção das posições geográficas conseguidas.

As principais consequências das Guerras de Reconquista foram a criação de dois Estados Nacionais: Portugal e Espanha.

A formação de Portugal ocorreu a partir da formação do Condado Portucalense, no noroeste da Península, expandindo-se para a faixa litorânea ao sul, conquistando áreas urbanas e de forte comércio que eram controladas pelos mouros. O caso mais notório foi a conquista da cidade de Lisboa pelas tropas de Afonso Henriques, auxiliadas por cruzados ingleses, em 1147. Essa conquista fortaleceu Afonso Henriques econômica e politicamente frente aos senhores feudais do Norte, pois ampliou os territórios sob seu controle e o colocou em contato com uma economia monetarizada, que havia sido desenvolvida nas cidades litorâneas.

Essa situação fortaleceu Afonso Henriques e sua dinastia, Borgonha, que governou até 1383, quando foram derrotados na revolução de Avis. Entretanto, as condições para a formação do primeiro Estado Nacional europeu, Portugal, foram constituídas durante a Guerra de Reconquista, aliada com a ação de algumas cruzadas.

A Reconquista dos territórios espanhóis foi mais demorada. Ocorreu após a formação de diversos reinos cristãos a partir das derrotas infligidas aos mouros, que estavam fragilizados e fragmentados após o fim do Califado de Córdoba, em 1031. Entretanto, foi no século XV que as derrotas dos mouros se fizeram definitivas, principalmente com as campanhas patrocinadas pelos Reis Católicos de Aragão e Castela, Fernando e Isabel. Em 1492, com a tomada do Reino de Granada, os cristãos espanhóis expulsaram os últimos líderes mouros da Península Ibérica, podendo unificar os reinos espanhóis e formar um Estado Nacional.

A “Reconquista da Península Ibérica” ou “Retomada Cristã” foi um movimento ibérico cristão de cunho militar e religioso, que opôs cristão e os muçulmanos numa guerra secular pela recuperação dos territórios perdidos para os conquistadores árabes na Península Ibérica, durante o século VIII, quando os muçulmanos invadiram a península e estabeleceram um domínio que durou de 711 a 1492.

Contexto Histórico: Resumo

Antes da invasão árabe, a Península Ibérica era habitada por povos germânicos convertidos ao Cristianismo durante a Alta Idade Média.

Contudo, após a morte de Maomé, os muçulmanos expandiram seus domínios pelo norte da África, até que, em 711, o general do Império Islâmico, Tarik ibn-Zyiad atravessou o estreito de Gibraltar (nome dado em sua homenagem) e adentra a península, derrotando os cristãos e expulsando os visigodos para uma região montanhosa no norte da península (Astúrias), de onde teve início a ofensiva cristã.

Por conseguinte, em 718, Pelágio, líder dos Visigodos, reúne um grupo de montanheses que estavam refugiados nas montanhas, dando inicio a reconquista dos territórios perdidos.

Com efeito, ele obtém uma grande vitória em 722, na Batalha de Covadonga e, no ano de 740, as terras localizadas ao norte do rio Douro já eram cristãs novamente. Sem espanto, as populações das regiões reconquistadas passavam aos exércitos cristãos, engrossando suas fileiras.

Contudo, foi a partir do século XI que o processo de reconquista da península acelerou-se, uma vez que a reconquista daquele território passou a ser considerada uma missão sagrada.

Assim, com o apoio do movimento das Cruzadas, os reinos ibéricos retomaram cerca de metade dos territórios muçulmanos em pouco tempo, conquistando o Califado de Córdoba, ainda em 1031.

Ora, pelas Cruzadas, ordens religiosas e militares como a dos Templários, passaram a combater os muçulmanos, bem como todos aqueles cristãos que buscavam indulgências e perdão divino.

Consequentemente, vários reinos cristãos surgiram das derrotas mouras, como o Condado Portucalense, o Reino de Aragão, o Reino de Castela, o Reino de Navarra e o Reino de Leão.

O mais precoce foi Portugal, o qual logrou sua reconquista em 1147, com a reconquista da cidade de Lisboa e em 1187, com a formação do Condado Portucalense no noroeste da Península.

A conquista da cidade de Faro abriu caminho para o repovoamento da região Sul e consolidou a dinastia de Borgonha, a qual governou o primeiro Estado Nacional europeu até 1383.

No século XV, as campanhas militares patrocinadas pela união conjugal dos reis Fernando de Aragão e Isabel Castela consolidaram o processo de reconquista, culminando na expulsão completa dos invasores muçulmanos em 1492, com a retomada do reino de Granada e na unificação da Espanha como Estado Nacional.

Principais Características

De partida, vale destacar que a reconquista da Península Ibérica foi motivada pela religião e pela retomada de territórios ricos e prósperos. Vale acrescentar que foi um processo longo que durou quase oito séculos, especialmente nos territórios espanhóis, onde a reconquista demorou mais que em outras regiões.

Ademais, merece destaque o uso de estratégias militares e equipamentos de combate que eram utilizados pelos exércitos ibéricos.

Enquanto as forças muçulmanas eram compostas principalmente por uma infantaria leve, os cristãos contavam com uma numerosa cavalaria, composta pela união das forças reais, dos nobres locais, bem como dos plebeus mais abastados que possuíam cavalos e equipamentos de combate, os quais eram, basicamente, compostos por armadura leve, braceletes, escudo e espadas longas de dois gumes, dardos e lanças.

Para as tropas auxiliares de infantaria, armadura de couro, arcos e flechas, lanças e espadas curtas. Do ponto de vista estratégico, a ação mais comum eram os ataques de longa distância da cavalaria e infantaria cristã sobre as forças mouras, até enfraquecê-las, quando um ataque devastador era desferido pela cavalaria. No século XI, novas táticas de batalha foram empregadas pelos cristãos, como a introdução da cavalaria pesada.

Por sua vez, no decorrer dos séculos XII e XIII, o equipamento utilizado pelas forças da cristandade melhoraram significativamente, com soldados vestindo armaduras de cota de malha, elmos e capacetes de ferro, braçadeiras, coxetes e escudos recobertos por couro e ferro, armados com espadas, lança, dardos, arco e flechas ou besta e virotes. Até mesmo os cavalos com armaduras de cota de malha eram comuns.

Por fim, vale destacar que os judeus e muçulmanos foram politicamente expulsos, mas aqueles que aceitaram a fé católica continuaram habitando Portugal e Espanha. Ademais, o legado muçulmano naquela região permitiu notáveis avanços técnicos e científicos, sobretudo os avanços marítimos que permitiram as grandes navegações.

Quais foram os reinos da Península Ibérica?

Reconquista da Península Ibérica Do reino de Astúrias surgiram os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão, que formariam os territórios hoje conhecido como Espanha; e o condado Portucalense, que originou Portugal.

Quais são os 2 países localizados na Península Ibérica?

Muitos países são encontrados em penínsulas, como Portugal e Espanha, que compõem a Península Ibérica, ou a Coreia do Sul, que está em uma parte de uma península.

Onde se localizava a Península Ibérica?

Península que se situa na parte mais ocidental da Europa e compreende dois países: Espanha e Portugal. É por vezes chamada Península Hispânica.

Quais foram os primeiros habitantes da Península Ibérica?

Estima-se que os primeiros povos a habitar a península foram os iberos, e que há cerca de 1000 anos a.C., ou antes, tenham chegado povos de origem celta.

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