A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, com letalidade de aproximadamente 100%. Infelizmente, ela atinge em grande parte os cachorros, por isso, é necessário estar atento em como prevenir a doença e saber o que fazer para proteger nossos peludos! A Dra. Danielli Herbst Ely, médica veterinária no Centro Clínico Veterinário e conveniada da Nofaro nos respondeu as principais dúvidas sobre a doença, confira!
Quais são os sintomas da raiva?
O período de incubação, em geral, é de 15 dias a 2 meses. Na fase inicial (forma furiosa), os animais apresentam:
Mudança de comportamento
Escondem-se em locais escuros
Mostram uma agitação inusitada.
Ficam sensíveis a qualquer coisa, demonstram reações exageradas
Anorexia
Irritação ou prurido na região de penetração do vírus e uma ligeira elevação da temperatura podem estar presentes.
Após um a três dias:
Ficam acentuados os sintomas de excitação, o cão se torna agressivo.
A salivação torna-se abundante, uma vez que o animal é incapaz de deglutir sua saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição.
Na fase final da doença, é freqüente observar:
Convulsões generalizadas, que são seguidas de incoordenação motora. A forma muda se caracteriza por predomínio de sintomas do tipo paralíticos, sendo a fase de excitação extremamente curta ou imperceptível. A paralisia começa pela musculatura da cabeça e do pescoço; o animal apresenta dificuldade de deglutição, e a seguir, vem a paralisia e a morte.
Como o cachorro contrai a doença?
A transmissão do vírus da raiva é feita, geralmente, por meio da saliva de um animal infectado para outro, através de mordeduras, embora outras vias sejam relatadas (membranas mucosas: olhos, nariz, boca), aerossóis e transplante de córnea.
A raiva urbana é transmitida principalmente de cão para cão, porém, outros animais domésticos urbanos podem ser infectados. A raiva rural é mantida no campo pelo morcego hematófago, que é o reservatório do vírus no ambiente rural. Dessa forma, o morcego transmite o vírus para diferentes espécies de animais domésticos, como bovinos, equinos, caprinos, etc.
Qual é o tratamento? Existe cura?
É preciso investir em prevenção, pois infelizmente não existe cura para a doença, sendo a raiva uma doença quase sempre fatal. Quando a prevenção não ocorre e a doença se instala, atualmente pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos, entretanto, é importante frisar que a maioria não sobrevive, sendo a conduta de eutanásia ainda bastante utilizada na rotina da clínica de pequenos.
Como prevenir a doença da raiva?
A melhor forma de prevenção é a vacinação. O cão a partir de 4 meses, já pode ser imunizado contra a raiva canina. Todos os planos da Nofaro cobrem a vacina! Além disso, se o tutor residir em fazendas ou chácaras, que geralmente são lugares de mata, o ideal é manter sempre a vigilância com relação a possíveis animais silvestres rondando os locais onde todos, animais e humanos, convivem.
O vírus da raiva e muito sensível aos agentes físicos e químicos sendo possível a sua inativação em poucos minutos pela ação de ácidos e bases fortes, luz solar, alterações de PH, temperatura e raios ultravioleta.
E aí pessoal? Viram a importância de proteger nossos pets contra essa doença? Se você ficou com alguma dúvida, escreva embaixo nos comentários!
A raiva canina é uma doença viral zoonótica, fatal na maioria dos casos. A vacinação da raiva ou vacinação antirrábica é obrigatória em cães em Portugal desde 1925, e constitui a medida de prevenção mais importante contra a doença da raiva.
O que é a raiva canina?
A raiva canina é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central. Todos os mamiferos, incluindo os humanos podem ser infetados com o vírus da raiva. Quando os sinais clínicos aparecem a raiva é fatal praticamente 100% dos casos.
Virus da raiva
O vírus da raiva é um vírus pertencente à família Rhabdovidriae. O vírus da raiva é o vírus mais mortal conhecido.
A raiva canina manifesta-se em três fases distintas, vulgarmente denominadas por tipos de raiva. As principais características de cada fase são:
Fase prodrómica (duração entre 1 a 3 dias)
- Sem sintomatologia específica
- Alterações comportamentais tais como sonolência, agitação, reação exagerada a ruídos, fobia à luz, perda de “medo”
- Micção frequente
- Sem alterações do estado geral
Fase de excitação (duração entre 3 a 4 dias)
- Agitação e agressividade extrema
- Comichão no local da mordedura
- Perda de “medo”
- Dilatação das pupilas
- Ingere objetos pouco comuns
- Grande sensibilidade aos ruídos
Fase de paralisia (duração entre 2 a 4 dias)
- Paralisia muscular
- Incapacidade em deglutir
- Produção excessiva de saliva
- Mandibula caída
- Uivos
- Morte por paralisia dos músculos respiratórios
Transmissão da raiva canina
A transmissão da raiva canina ocorre, maioritariamente, através da mordedura de um animal infetado, com a consequente inoculação de secreções salivares contendo o vírus.
Portadores de raiva
Quando se pensa em raiva doença, os cães são os reservatórios mais importantes. Contudo muitos outros animais podem ser portadores do vírus da raiva, como é o caso dos gatos, das raposas e dos morcegos.
De uma forma genérica, podemos assumir que as aves e os répteis são os únicos animais que não são infetados por este vírus.
Raiva em animais
Tal como anteriormente mencionado, os únicos animais que não têm raiva são as aves e os répteis, todos os outros são suscetíveis de desenvolver um quadro neurológico fatal. Os sinais clínicos podem ser bastante variáveis e atípicos.
No caso particular dos cães, os sintomas da raiva canina podem ser facilmente confundidos com os sintomas da esgana. Os sintomas inespecíficos incluem inquietação, perda de apetite, dificuldade em comer, vomito e diarreia.
Após um período neurológico agudo seguido de um estado de doença inespecífico, que dura um a dois dias, os animais podem apresentar problemas de equilíbrio, agressividade excessiva, salivação, incoordenação motora, automutilação, entre outros. No caso dos animais silváticos, como é o caso das raposas, estes podem tornar-se “estranhamente” sociáveis.
Raiva humana
A raiva humana está presente em todos os continentes, com exceção da antártica. Contudo mais de 99% das mortes devido a esta doença ocorrem na Ásia, África e América do Sul.
A raiva em humanos é sucedida, na maior parte dos casos, à mordida de um cão com raiva, sendo maioritariamente fatal aquando da ocorrência de sinais clínicos. O período de incubação da raiva humana é tipicamente de 2 a 3 meses, podendo variar ente 1 semana a 1 ano.
Raiva sintomas… Quer saber mais? Pois bem, de uma forma sucinta os sintomas iniciais da raiva incluem febre associada a uma sensação de formigueiro ou queimação no local da mordida. À medida que o vírus se espalha pelo sistema nervoso central, este desencadeia uma resposta inflamatória progressiva e fatal dando origem a sinais clínicos de ordem diversa, como é o caso dos sinais de hiperexcitabilidade.
Raiva em Portugal
O último caso autóctone de raiva em Portugal foi registado em 1960. Atualmente, Portugal é considerado um país indemne de raiva. De forma a mantermos tal estatuto epidemiológico é fulcral continuar a incluir a vacina da raiva ou vacina antirrábica nos protocolos vacinais dos nossos animais de companhia.
Dia mundial contra a raiva
O dia mundial contra a raiva é celebrado anualmente no dia 28 de setembro, e constitui um marco importante para a prevenção desta doença, promovendo a sensibilização das comunidades e das entidades governamentais.
Esta iniciativa partilha a ambição de diferentes organizações mundiais, como é o caso Organização Mundial de Saúde, que consiste em registar zero mortes humanas por raiva até o ano de 2030.