A ciência é prazerosa para quem é participante da mesma

Alunos de EREM de Passira apresentam projeto na RIO+20

Estudantes da Escola Manoel Guilherme da Silva fazem apresentação de teatro durante a conferência


Assessoria de Comunicação - 20/06/2012 11:00h

Uma pesquisa de ciências apresentada por meio do teatro. Essa é a ideia do projeto “O ‘X’ da questão”, que será apresentado na Conferência Rio+20, no mês de junho, por alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM)Manoel Guilherme da Silva, do município de Passira, no Agreste pernambucano. O evento acontecerá na cidade do Rio de Janeiro.

Em estilo de teatro interativo, na forma de programa de TV ao vivo, três alunos representarão cientistas, apresentando conhecimentos e experiências práticas nas áreas das ciências (química, física e biologia). Estarão presentes elementos visuais, recursos teatrais, expositivos e experimentais, como estímulo à pesquisa e à experimentação, privilegiando temas que abordem situações do cotidiano.

“Mostramos com o projeto que basta uma ideia, criatividade e força de vontade que podemos direcionar o conhecimentos de forma simples e eficaz, tornando atrativo o ensino das ciências exatas e naturais, acabando com o preconceito de que essas disciplinas são chatas e difíceis”, avaliou o professor Gilberto Otaviano. Já a professora Elen Costa, coorientadora do projeto, o aprendizado acontece através de experiências práticas. “O projeto fez com que os alunos participantes amadurecessem quanto ao trabalho em grupo e em relação aos expectadores (educandos e público) fica claro que conceitos e teorias ficam mais fáceis quando vistos na prática”.

Tirando dúvidas, explicando o funcionamento de objetos e aparelhos e processos de descobertas científicas, a apresentação sugere situações onde os presentes se divirtam e aprendam. Os estudantes interagem com os conteúdos, desenvolvem pesquisas em diversas fontes utilizando os conhecimentos prévios adquiridos com os professores de química, física e biologia, bem como procurando meios e materiais alternativos para a realização dos experimentos.

Segundo a aluna Joyce Kelly, desenvolver o projeto transformou o aprendizado em algo divertido. “Aprendi que a grande vantagem do ensino das ciências se dá de forma prática, quanto mais prática ocorrer, melhor fica a compreensão dos conhecimentos de conceitos e teorias. Nosso projeto mostrou que a ciência pode ser interessante, divertida e prazerosa, mesmo quando usado materiais de fácil acesso”, comentou.

O tema da sustentabilidade, segundo o estudante Nicholas Matheus, está presente no trabalho. “Eu aprendi que a ciência é muito mais que cálculos e teorias. É diversão. Nela nos libertamos e podemos ‘brincar’ com fenômenos da natureza. Nosso projeto contribui para uma sociedade mais consciente quando mostramos a reutilização de materiais que normalmente vão para o lixo”, disse.

RIO+20- A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.

A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.


4 setembro 2018

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Mulheres participaram de estudo para medir a intensidade do orgasmo na Itália

O cientista italiano Emmanuele Jannini se dedica a estudar uma premissa clara: no caso dos seres humanos, as relações sexuais não têm como único propósito a reprodução.

"Somos os únicos animais neste planeta que fazem sexo não apenas para se reproduzir, mas por prazer", afirma o professor de endocrinologia e sexologia médica da Universidade de Roma Tor Vergata, na Itália.

Segundo Jannini, isso significa que os pesquisadores que estudam sexo deveriam estar muito mais interessados em medir o prazer gerado pelo ato.

  • Por que a dor e a falta de prazer fazem parte da vida sexual de tantas mulheres?
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"É surpreendente que tanto a ciência quanto a medicina não tenham demonstrado mais interesse neste aspecto", diz o ex-presidente da Sociedade Italiana de Andrologia e Medicina Sexual à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Diante deste cenário, Jannini se juntou a um grupo de pesquisadores de várias universidades italianas e embarcou em um novo estudo científico para medir o orgasmo feminino.

Suas descobertas foram publicadas no último dia 29 de agosto, na revista científica PLOS ONE, sob o título "Validação de uma escala visual analógica para medir a percepção subjetiva da intensidade orgásmica em mulheres: o orgasmômetro".

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O orgasmo feminino pode ser muito mais viável do que o masculino, diz pesquisador

"Esta é a primeira vez que o orgasmo feminino é medido por meio de uma ferramenta psicométrica validada", explica Jannini à BBC News Mundo.

"Nosso objetivo foi fornecer o primeiro e único instrumento, do qual temos conhecimento, para medir a intensidade, a quantidade de prazer feminino, durante a relação sexual, masturbação e outros atos sexuais", resume o professor.

Não é uma máquina

O orgasmômetro que Jannini e sua equipe de pesquisadores desenvolveram não é um dispositivo, tampouco uma máquina.

"Nós brincamos sobre o orgasmômetro", diz ele.

"Essa era uma máquina usada por Woody Allen em seu filme O Dorminhoco e também aparece em Barbarella, estrelado por Jane Fonda, nos anos 1960. Usamos um termo que, de certa forma, parece uma máquina da ficção para chegar ao orgasmo."

E a ideia por trás da palavra orgasmômetro não era apenas fácil de lembrar, mas fácil de entender.

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Estudo mostrou que a intensidade dos orgasmos aumenta com a idade

"Orgasmômetro significa medidor de orgasmo e é mais eficiente que uma máquina."

"Não existe uma máquina para medir o orgasmo, da mesma forma que não pode existir uma máquina para medir a dor", esclarece o professor.

Ambas as sensações são subjetivas e pessoais. Portanto, uma escala que você mesmo valorize é a melhor opção para medi-las.

E é por isso que os pesquisadores italianos recorreram ao mesmo instrumento usado para medir a dor na prática clínica, que é uma escala visual analógica.

"Todas as drogas analgésicas vendidas em todo o mundo foram validadas por meio dessa escala visual analógica", lembra Jannini à BBC World.

Além disso, o "prazer e a dor são dois lados da mesma moeda, ambos são subjetivos por natureza e não podem ser medidos por biomarcadores, mas por uma avaliação subjetiva e pessoal", explica o pesquisador italiano.

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Escala: 0 corresponde à ausência total de orgasmo e 10 à intensidade máxima

"Usamos a mesma escala com a qual a dor é medida, porque o prazer (...) não apenas é igualmente subjetivo, mas também porque estimula partes parecidas (e próximas) do cérebro com mecanismos semelhantes. Tão semelhantes que às vezes o cérebro de algumas pessoas custa a distinguir, decidir, se uma determinada sensação é dolorosa ou prazerosa."

Por exemplo, quando você come um alimento picante, "sente algo que pode ser doloroso e prazeroso", acrescenta.

E um exemplo relacionado à sexualidade se refere ao clitóris, principal órgão do prazer feminino. "Se a estimulação do clitóris não é correta, o prazer é facilmente transformado em dor."

"Em um estupro, o estímulo pode ser o mesmo de uma relação sexual, mas não há prazer, há dor: o cérebro decide corretamente que um estupro não é agradável, é algo terrível. O cérebro não registra essas sensações como prazerosas, decide que são dolorosas", diz o professor.

O estudo contou com a participação de 526 mulheres italianas, sendo 112 pacientes de uma clínica que sofrem algum tipo de disfunção sexual.

Já as outras 414, que não apresentavam nenhuma questão de natureza sexual, foram recrutadas por meio de uma plataforma na web.

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Participantes da pesquisa responderam a várias perguntas sobre sua atividade sexual

Após ter uma experiência sexual (relação sexual, masturbação, sexo oral ou qualquer outra), as mulheres eram orientadas a entrar em um site, criado pela equipe de pesquisadores, e responder a uma série de perguntas validadas pela prática clínica.

"É um site inteligente que se adapta às respostas e hábitos de quem responde", diz Jannini. Por exemplo, se a participante é bissexual, ela será questionada sobre sua experiência com uma parceira mulher e um parceiro do sexo masculino.

E uma das seções do questionário é relacionada ao orgasmo, na qual elas precisavam atribuir um valor numérico à sensação que tiveram.

O orgasmômetro oferece opções de 0 a 10 para medir a experiência orgásmica, sendo 0 a ausência total de orgasmo.

E as mulheres podiam relatar suas experiências imediatamente ou após semanas e meses da experiência sexual.

Jannini garante à BBC News Mundo que não havia necessidade de preencher o questionário logo depois.

"É exatamente como a dor. Eu posso te perguntar: quão intensa foi a dor que você sentiu na última vez que foi ao dentista? E você vai me responder quanta dor sentiu no dentista", explica.

"E algo que também é muito importante, você pode me dizer qual dentista te causou a experiência mais dolorosa usando a escala? Se você foi a dois dentistas diferentes, pode me dizer: o dentista A era melhor que o dentista B, porque este último me fez sentir muito mais dor."

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Como acontece com a dor, o prazer é uma sensação pessoal e subjetiva

Além disso, no caso do orgasmômetro, A e B podem não ser simplesmente parceiros diferentes, mas a maneira como o orgasmo foi atingido ou não: masturbação, relações sexuais, sexo oral, etc.

Dessa forma, o estudo conseguiu estabelecer uma correlação entre atos sexuais e casais.

Assunto de casal?

"A correlação com a masturbação significa que não é verdade que a sexualidade feminina dependa exclusivamente da habilidade do homem", diz o professor italiano.

"Os franceses têm uma frase famosa que diz que mulheres frígidas não existem, homens incapazes, sim", diz ele.

Mas, para o especialista, essas são ideias machistas que colocam o corpo feminino como um piano ou um instrumento silencioso, que é ouvido muito bem quando o pianista ou músico é muito bom.

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De acordo com Janinni, o prazer feminino não deve depender do homem

"É uma perspectiva muito machista porque toda a responsabilidade pelo sucesso da experiência sexual, o prazer sexual, é focado nas mãos, no pênis, na língua, do homem", aponta o cientista.

Mas, de acordo com Janinni, seu estudo mostra que a responsabilidade pelo prazer feminino depende pelo menos 50% das mulheres.

"Me oponho fortemente à ideia de que as mulheres são meros instrumentos nas mãos dos homens. Isso vai contra a minha ideia de paridade na cama: temos os mesmos direitos e temos os mesmos deveres, de certa forma, na hora de atingir o objetivo das relações sexuais, que é o prazer ", diz.

Mas, ao contrário da ejaculação precoce experimentada por muitos homens, as mulheres precisam de tempo e liberdade porque "o sucesso da relação sexual, da masturbação (ou outra atividade sexual), está relacionado à capacidade da mulher de se deixar levar pelo prazer", diz o pesquisador.

As vantagens da experiência

As participantes do estudo tinham entre 19 anos e 35 anos - e verificou-se que a intensidade dos orgasmos aumentava com a idade.

E isso tem uma relação com a experiência pessoal de cada mulher com sua sexualidade.

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Em muitas sociedades, o orgasmo feminino é um tabu até para a ciência

"Não podemos dizer que o orgasmo depende inteiramente da idade porque, no caso das mulheres que entram na menopausa, há outros fatores que afetam a capacidade de sentir prazer", diz Jannini.

"Mas à medida que uma mulher começa a experimentar sua sexualidade e se dá conta de como chega ao orgasmo, seja por meio da masturbação, das relações sexuais ou de outra forma, a curva atinge um pico entre os 30 e 35 anos", destaca.

E, segundo o pesquisador, para atingir o orgasmo, a masturbação "é uma escola maravilhosa, muito eficiente para entender não só a complexidade, mas a viabilidade (do orgasmo)".

"Nossos experimentos mostraram que há uma grande viabilidade na experiência sexual feminina. No caso dos homens, suas experiências orgásmicas são mais semelhantes entre si e isso é diferente no caso das mulheres", ressalta o professor italiano.

De acordo com ele, o orgasmo feminino pode ser muito mais viável do que na experiência masculina.

"O corpo da mulher e sua sexualidade nem sempre são os mesmos ao longo do tempo, podem mudar, e isso varia de mulher para mulher", diz o especialista.

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