Comparação é uma figura de linguagem na língua portuguesa, que consiste na ideia de relacionar dois termos diferentes numa mesma oração, com o intuito de reforçar ou enfatizar a mensagem a ser transmitida.
Na classificação das figuras de linguagem, a comparação é categorizada como uma “figura de palavra” (provocam alterações semânticas na oração) e é conhecida por ser bastante semelhante ao conceito que define a metáfora.
A principal diferença entre ambas é a necessidade do uso de uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual e etc) quando se faz uma comparação.
Exemplo: “Os seus olhos brilhavam como estrelas no céu” ou “Meu filho joga futebol como o Pelé”.
Retirando os termos conectivos, por exemplo, deixa-se de ter uma comparação e passa a ser uma metáfora.
Exemplo: “Os seus olhos são estrelas no céu” ou “Meu filho é o Pelé no futebol”.
Saiba mais sobre o significado da metáfora e veja também exemplos de metáforas.
Exemplos de Comparação
Nosso amor é como um fogo que nunca apaga.
Ela é linda como uma princesa.
O seu filho parece um furacão no campo.
Este livro é tão precioso como o maior tesouro do mundo para mim.
Aquela casa parece um hospício!
Saiba mais sobre as Figuras de Linguagem.
Ao nos referirmos acerca desta classe gramatical, identificamos uma característica peculiar: o fato de ela ser passível de flexão. Contudo, quando se refere ao grau, se apresenta diferentemente dos substantivos, ou seja, não se trata apenas de acrescentar um sufixo para demarcá-lo, há alguns pormenores aos quais devemos estar atentos. Assim sendo, analisaremos os pontos de maior relevância, no intuito de nos inteirarmos efetivamente destes. Eis que são: A variação de grau, concernente aos adjetivos, torna-se materializada quando se deseja comparar ou intensificar as características a que lhes são atribuídas. Para tanto, este se subdivide em duas modalidades: o grau comparativo e o superlativo. O grau comparativo estabelece uma comparação entre dois ou mais seres, uma vez apresentado sob a seguinte forma:
* Comparativo de igualdade: Lucas é tão extrovertido quanto seu irmão. * Comparativo de inferioridade: Lucas é menos extrovertido (do) que seu irmão.
* Comparativo de superioridade: Lucas é mais extrovertido (do) que seu irmão.
Observações passíveis de nota:
* Há formas sintéticas para o grau comparativo de superioridade no que se refere aos adjetivos “bom”, “mau”, “grande” e “pequeno”, as quais são representadas por “melhor”, “pior”, “maior” e “menor”.
Exemplos:Este procedimento é melhor (do) que o outro. Meu desempenho foi pior (do) que o seu.
A falta de segurança é maior (do) que a de saneamento básico.
* As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”, apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser.
Exemplos:Pedro é mais bom (do) que esforçado. O garoto é mais mau (do) que esperto.
Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.
Já no grau superlativo, a característica que se atribui ao adjetivo é intensificada de forma relativa ou absoluta. Em virtude disso, analisemos: No que tange ao grau superlativo relativo, a intensificação é feita em relação a todos os demais seres de uma coletividade, sendo este assim subdividido:* Superlativo relativo de superioridade:
Aquele aluno é o mais participativo de todos.
* Superlativo relativo de inferioridade:
Aquele aluno é o menos participativo de todos.
A intensificação a que se refere o grau superlativo absoluto é demarcada pela ideia de excesso, subdividido em analítico e sintético.* O superlativo absoluto analítico, geralmente, se constitui de um advérbio.
Exemplos: Esta garota é muito educada.
Carlos é demasiadamente gentil.
* O superlativo absoluto sintético é expresso por meio de sufixos, os quais, na maioria das vezes, se manifestam por “-íssimo”.
Todos os ambientes são agradabilíssimos.
Interaja-se mais com o assunto em evidência, compartilhando com outro link que o complementa:O grau superlalivo dos adjetivos - Apreenda um pouco mais acerca de suas peculiaridades.
As figuras de palavras ou semânticas consistem nas figuras de linguagem em que há o emprego de palavras com um sentido conotativo ou figurado, isto é, que extrapola o significado original das palavras. São exemplos desse tipo de figuras:
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metáfora,
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metonímia,
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comparação,
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catacrese,
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sinestesia,
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antonomásia
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perífrase.
Metáfora
Comparação implícita:
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Até pouco tempo, o arquiteto Tebas era uma dor invisível.
(o arquiteto Tebas = uma dor invisível) -
O prisioneiro, depois de vinte anos, experimentou, novamente, o voo do pássaro.(liberdade = o voo do pássaro)
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A vacina é uma mãe protetora.
(vacina = mãe protetora)
Para saber mais detalhes sobre essa figura de palavras, acesse o texto: metáfora.
Substituição de um termo por outro, caso exista relação entre eles. Assim, pode haver a substituição:
Li Kafka e nunca mais fui a mesma.
(Ou seja: li um livro de Kafka.)
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do possuidor pelo possuído:
Fui à dentista depois de uma semana de intensa dor.
(Ou seja: fui ao consultório da dentista.)
Augusta comprou um champanhe para comemorar a promoção.
(Ou seja: comprou um tipo de vinho produzido em Champagne, França.)
A paz entre os irmãos substituiu o ódio que os separava.
(Ou seja: o amor substituiu ódio.)
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do continente pelo conteúdo:
O menino comeu um prato de mingau.
(Ou seja: comeu o mingau que estava no prato.)
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do instrumento pelo agente:
Gerson é um anzol inigualável.
(Ou seja: é um pescador inigualável.)
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da coisa pela sua representação:
Ela declarou que faria tudo pela sua bandeira.
(Ou seja: faria tudo pelo seu país.)
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do inventor pelo invento:
O filme Out foi distribuído pela Disney.
(A Disney, produtora e distribuidora de filmes, leva o nome de seu criador, Walt Disney.)
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do concreto pelo abstrato:
Não tinha mais estômago para suportar tanta intolerância.
(Ou seja: não tinha mais disposição, ânimo.)
Betânia tinha cinco bocas para sustentar e um salário mínimo para isso.
(Ou seja: tinha cinco pessoas.)
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da qualidade pela espécie:
Os ruminantes são exímios mastigadores.
(Ou seja: os bovídeos, veados e girafas.)
A criança não conhece o preconceito antes de ser educada para discriminar.
(Ou seja: as crianças não conhecem o preconceito.)
Dizem que a rainha da Inglaterra toma o chá das cinco em porcelana chinesa.
(Ou seja: em xícara de porcelana chinesa.)
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do indivíduo pela classe:
Adamastor falava como um Sócrates.
(Ou seja: falava como um filósofo.)
Saiba mais informações e veja mais exemplos dessa figura de linguagem, lendo: metonímia.
Comparação
Analogia entre dois ou mais termos evidenciada pela presença de conjunção ou locução conjuntiva comparativa:
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Até pouco tempo, o arquiteto Tebas era como uma dor invisível.
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A vacina é tal qual uma mãe protetora.
Catacrese
Emprego inadequado de um termo que perdeu o seu sentido original:
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Você é tão inteligente que merece o troféu ferradura de ouro.
(ferradura = objeto de ferro) -
Agora, a sua mesada será quinzenal.
(mesada = quantia paga mensalmente)
Leia mais informações e exemplos dessa figura semântica em: catacrese.
Sinestesia
Associação de dois ou mais sentidos — tato, visão, olfato, paladar e audição.
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O brilho das estrelas era frio e distante.
(sentidos: visão e tato) -
Era amargo o som do violino.
(sentidos: paladar e audição)
Leia também: Hipérbole – recurso estilístico que remete ao exagero
Antonomásia ou perífrase
Substituição de um termo por outro que o qualifique. No entanto, a perífrase refere-se a coisas ou animais, enquanto a antonomásia refere-se a pessoas:
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A cidade maravilhosa amanheceu de luto.
(perífrase para Rio de Janeiro) -
A Dama de Ferro recebeu muitas críticas.
(antonomásia para Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica nos anos 1980)
Leia também: Eufemismo – figura de linguagem utilizada para atenuar o sentido de um enunciado
Exercícios resolvidos
Questão 1 (UERJ)
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
MÁRIO QUINTANA. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.
O texto é todo construído por meio do emprego de uma figura de estilo. Essa figura é denominada de:
A) elipse.
B) metáfora.
C) metonímia.
D) personificação.
Resolução
Alternativa B. Os pássaros é uma metáfora que percorre todo o poema.
Questão 2 - Em todas as frases a seguir, é possível apontar a sinestesia, EXCETO:
A) A doce vida é um filme do brilhante Federico Fellini.
B) Um leve perfume de rosas aquecia a sua pele escura.
C) Ler Machado de Assis é sempre uma tarefa agridoce.
D) A melodia intensificou o gosto amargo da minha vida.
E) O azul da manhã era acentuado pelo calor do sol.
Resolução
Alternativa C. A sinestesia ocorre quando há duas ou mais sensações combinadas.